Agora só Deus sabe quando o blog será reativado...
Jornalistas não são meros investigadores da realidade que passam esse conteúdo apenas em forma de notícias e reportagens para a população. O jornalista caracteriza-se também pela imortalização - nas páginas do seu veículo midiático - como um historiador. Mas não um historiador de grandes eventos da humanidade e sim, essencialmente, um historiador do cotidiano. Seja, então, muito bem vindo, meu caro leitor!
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
E para 2007...
52 sugestões para 2007
Carlos von Sohsten
Administrador e Consultor do Sebrae (sohsten@sebraern.com.br)
Este artigo é do tipo "recorte e use". Cole-o no espelho do banheiro ou na
porta da geladeira. Tire o melhor proveito das idéias apresentadas, em
qualquer seqüência, uma, duas ou três vezes por semana - como for mais
adequado para você. No decorrer do ano, compartilhe comigo suas impressões e
resultados. Vou ficar feliz em saber!
1. Beber um copo de água fria pela manhã, em jejum.
2. Andar na praia, com o pé na areia.
3. Tomar água de coco, no coco.
4. Acordar cedo, se dormir cedo. Acordar tarde, se dormir tarde.
5. Arrumar o guarda-roupa, cômodas e armários.
6. Organizar documentos, pastas, comprovantes etc.
7. Fazer algo comum de uma forma diferente.
8. Ler um livro clássico, um livro de auto-ajuda, um livro técnico e uma
biografia.
9. Religar-se ou manter-se ligado a algo superior, de forma espiritual.
10. Matricular-se em algum curso, mesmo que de uma semana ou fim-de-semana.
11. Comer soja ou carne de caju ao invés de carne, em algumas refeições.
12. Comer frutas duas vezes por dia.
13. Criar saladas variadas com ingredientes incríveis.
14. Ir a um pedicuro, tratar dos pés.
15. Mergulhar no mar, na piscina ou no chuveiro quando fizer calor.
16. Tirar fotos da família.
17. Conhecer um local novo da cidade.
18. Experimentar uma comida diferente.
19. Fazer um chá ou chocolate quente num dia frio.
20. Contar histórias para os filhos ou companheira ou namorado; ou para
alguém.
21. Brincar com os filhos ou com outras crianças.
22. Ir ao médico, fazer um check-up.
23. Ir ao dentista, dar uma geral.
24. Substituir refrigerante por água ou suco.
25. Comer menos açúcar naquilo em que puder reduzir.
26. Comer coisas doces, de vez em quando.
27. Descobrir novos cheiros que lhe sejam agradáveis.
28. Mudar o lugar à mesa.
29. Dormir do outro lado da cama, tanto faz se é de casal ou de solteiro.
30. Escrever uma carta para alguém.
31. Marcar datas importantes no calendário.
32. Anotar na agenda, nas respectivas datas, os resultados que quer
alcançar.
33. Ler um jornal da sua cidade e um do seu país.
34. Fazer uma nova amizade.
35. Treinar para adquirir uma nova habilidade de relacionamento.
36. Encarar-se mais vezes diante do espelho, olhos nos olhos.
37. Imaginar um projeto de vida.
38. Escrever sua missão.
39. Definir seus valores e princípios - formalmente.
40. Inserir-se em alguma atividade importante para o mundo.
41. Preservar e respeitar todas as formas de vida ao seu redor.
42. Deixar limpo o lugar por onde passar.
43. Deixar organizado e arrumado espaços que serão utilizados por outros
depois de você.
44. Acordar com música de manhã.
45. Guardar dinheiro para o futuro.
46. Fazer uma massagem ou carinho especial em alguém.
47. Viajar para o interior, fazenda ou praia.
48. Conhecer outra cultura ou país.
49. Interessar-se em ajudar alguém.
50. Renovar e reafirmar seus princípios éticos nas pequenas e grandes
coisas.
51. Criar itens novos para a lista do ano que vem.
52. Ler um novo artigo que traga mais inspirações.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
segunda-feira, 25 de dezembro de 2006
Base-64
const
Codes64 = '0123456789ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz+/';
function Encode64(S: string): string;
var
i: Integer;
a: Integer;
x: Integer;
b: Integer;
begin
Result := '';
a := 0;
b := 0;
for i := 1 to Length(s) do
begin
x := Ord(s[i]);
b := b * 256 + x;
a := a + 8;
while a >= 6 do
begin
a := a - 6;
x := b div (1 shl a);
b := b mod (1 shl a);
Result := Result + Codes64[x + 1];
end;
end;
if a > 0 then
begin
x := b shl (6 - a);
Result := Result + Codes64[x + 1];
end;
end;
function Decode64(S: string): string;
var
i: Integer;
a: Integer;
x: Integer;
b: Integer;
begin
Result := '';
a := 0;
b := 0;
for i := 1 to Length(s) do
begin
x := Pos(s[i], codes64) - 1;
if x >= 0 then
begin
b := b * 64 + x;
a := a + 6;
if a >= 8 then
begin
a := a - 8;
x := b shr a;
b := b mod (1 shl a);
x := x mod 256;
Result := Result + chr(x);
end;
end
else
Exit;
end;
end;
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Sobre a situação atual dos militares
(Historiador do cotidiano)
O que eu vejo é uma intromissão civil nos assuntos militares (sem que os militares se intrometam nos assuntos civis) e, principalmente, vejo um governo civil que usa e abusa de propaganda (e aqui rejeito a idéia de ter que diferenciar para os leitores entre "propaganda" e "publicidade", pois considero que todos saibam a diferença) para se impor de forma vergonhosa e desmoralizando as Forças Armadas num revanchismo onde cada um de nós, cidadãos brasileiros, saímos prejudicados.
Quanto aos salários? Ok, eu entendo que todo mundo está ruim. Mas essa falta de verba não pode justificar o sucateamento das nossas Forças Armadas. Enquanto o governo compra o Aerolula gastando mais de 70% do orçamento da Força Aérea (que, ao contrário, deveria ter sido comprado com recursos da Casa Civil, dada a destinação operacional), corta hora de vôo dos cadetes e horas de vôo de treinamentos.
Aconteceu agora em 2006 a Operação Cruzex III, que pudemos acompanhar via internet, e a frase que mais se via era "acertar o alvo não é sorte, é treinamento". Mas, ora, que tipo de treinamento nossos militares podem desfrutar se não há verba? O caso dos controladores é um exemplo patente disso. Deveria haver muito mais profissionais na área, em escalas melhores, e todo mundo ganhando compatível com a importância de sua função (mas o governo não dá esses aumentos aos militares, em compensação o judiciário e o legislativo... tenho até vergonha de comentar).
Essa retórica esquerdista que inunda as ações do governo deve ser combatida. A verdade tem que ser a mãe das ações, de ambos os lados. Quanto aos comandantes militares, salvo raras e honrosas excessões, não têm mais os pré-requisitos para serem líderes. Estão no comando mas as tropas não mais os seguem. Não li ainda a Veja esta semana, mas um colega me telefonou e disse que na reportagem sobre os controladores, o ministro da defesa estava sendo entrevistado e alegou que não houve contenção de verbas para o setor. Nesse instante um brigadeiro, um militar de verdade, interrompeu o ministro e apresentou os dados da verdade, os quais provavam que o político estava redondamente enganado. Esse militar merece uma medalha, mas vai - provável e infelizmente - ser punido.
Que tipo de governo é esse que fala em melhora da aviação civil e sofre uma ação do ministério público federal pedindo o fechamento da anac e retorno do DAC porque segundo um parecer do MPF, a esculhambação começou quando os civis - e todas aquelas coisas que tanto foram mostradas pela imprensa nos últimos quatro anos - assumiram esse setor. Estava organizado com os militares e quando os civis assumiram, bem, vocês sabem como está atualmente.
E que espécie de política é essa de defesa que deixa uma lacuna na defesa aérea? Que desloca caças e desfalca unidades aéreas para suprir uma brecha da D.A. sobre a capital federal, brecha essa já prevista há muito tempo mas não sanada em tempo hábil? E pega caças de segunda mão ao invés de investir na tecnologia nacional ou transferência de tecnologia com compra de caças ultramodernos?
Voltemos a questão da interferência civil nos assuntos militares: o presidente da associação dos controladores, logo no início de tudo isso (para não adjetivar), foi convidado à uma reunião no ministério da defesa com o titular da pasta e à qual - a pedidos do presidente da Nação - juntou-se o ministro do trabalho para, segundo o próprio presidente (em matéria publicada na Folha Online) dar o caráter sindicalista ao movimento dos controladores.
O que o governo quer é desmoralizar nossas Forças Armadas. É a grande verdade por trás de tudo isso (para, novamente, não adjetivar).
A verba toda que deveria ser usada para os brasileiros de bem está sendo empregada em programas assistencialistas - tipo bolsa-eleição - onde, ao contrário do que o atual presidente declarou na campanha de 2002 ("Não devemos dar o peixe e sim ensinar a pescar", e o que significa todos esses programas assistencialistas?), desviando dinheiro da Previdência e de outros setores - nos quais eu, você e todos os brasileiros trabalhadores - gastam 1/3 do ano de esforço só para sustentar tais programas.
A verba existe. Só não está sendo bem empregada. E os controladores estão - infelizmente - pagando o pato da vez.
É uma vergonha!
Quanto aos militares no poder novamente, não sei se desejo isso. Mas observo que isso é cíclico no Brasil. Os civis declararam independência, a coisa virou bagunça, os militares assumiram e transformaram em república; os civis assumiram e virou desordem novamente, com direito a ditador e tudo mais (Getúlio) mas, em 64, os militares assumiram novamente e ajeitaram as coisas. Houve excessos? Houve, em AMBOS OS LADOS. Deve-se lembrar que foi um período de excessão, não de regra. Os militares devolveram o poder aos civis em 85 (Castello Branco queria devolver em 65 ou 66, mas aqui não cabe essa celeuma agora) e virou essa esculhambação que está atualmente. Provavelmente a maior parte dos leitores não viveu isso, mas quem viveu na década de 60/70 tinha coragem de levar os filhos em atendimentos públicos de saúde ou deixá-los estudar em escolas públicas. Hoje em dia, bem, a situação já não é a mesma. Os militares assumirão o governo novamente, para ajeitar essa bagunça? Não sei. E não sei se eu gostaria disso. Mas, como observamos, a situação aqui no Brasil é cíclica...
(E quanto aos controladores, e a todos os militares, que sejam tomadas as providências - inclusive financeiras - cabíveis. A situação está insustentável e eles, militares, não têm culpa e não podem (nem devem) sofrer as conseqüências de uma má administração civil).
Quem muito se abaixa, o rabo se lhe vê!
(autor: Gen. Marco Antonio Felício da Silva)
O julgamento do Cel. Ustra vem mostrar que a sanha de vingança, da, então, esquerda radical e revolucionária, está ainda presente, ativa e contando com a timidez das Forças Armadas, as quais, após o término dos "governos militares", mudas, temerosas de acusações e polêmicas, se vergaram à revanche dos vencidos, perdendo, paulatinamente, espaços de poder.
Convalidando, por ação ou omissão, acusações falsas, meias verdades e distorções históricas, permitem o denegrimento da Instituição Militar e de seus integrantes, dando a transparecer, através de postura tíbia, acuada e acovardada, a existência de acentuado processo de autofagia, atingindo a liderança, a disciplina e a hierarquia, pilares básicos militares, com reflexos negativos sobre o moral da tropa e sobre a confiança, que a grande maioria da nação brasileira, ainda, deposita nas Forças Armadas.
Fatos isolados e recentes falam por si só : a retratação de nota do CCOMSex, no caso Herzog, por pressão do governo, contrariando todo um sentimento dos militares; as escamoteadas ordens do dia; sobre o 31 de Março; o desfile de revista das tropas, no 7 de setembro, com a mulher do Presidente, no lugar do Cmt em Chefe; o tratamento sindical, dado aos controladores militares de vôo, pelo Ministro da Defesa, desrespeitando a hierarquia militar e o Cmt da Força Aérea. São esses, respectivamente, pequenos exemplos, dentre outros, gritantes, de falta de firmeza, falta de seriedade com as tradições e liturgia militares, e infringência aos pilares básicos das Forças e que não encontram qualquer reação, por quem de direito.
A defesa do Cel Ustra, pela Instituição, é compromisso anterior do ex-Ministro Walter Pires, e, no mínimo, um reconhecimento, a todos aqueles que se sacrificaram, até mesmo com a própria vida, para que, hoje, pudéssemos, todos nós, desfrutar da liberdade vigente e da qual se aproveitam alguns, marxistas de ontem, revanchistas e ressentidos de hoje, para usufruir vantagens e se apresentar como mártires e injustiçados.
Assim, "Maria Amélia Teles, uma das que move a ação, a Amelinha, disse que a família resolveu não pedir indenização e que o motivo do processo é lutar para a consolidação da democracia no país". "Nós sempre lutamos pela democracia e queremos que seja consolidado o estado democrático de direito. Nós queremos a condenação moral". "Ela quer uma ação de efeito político, que vai trazer o reconhecimento de que um coronel do Exército, na época
major, era torturador." Ela, em verdade, quer a desmoralização da Instituição e dos militares.
É a mesma condenação "moral" pedida por Maria do Amparo Almeida de Araújo, ex-militante da ALN, hoje, presidente do famigerado Grupo Tortura Nunca Mais, de Pernambuco, que contribuiu para o "justiçamento" de Francisco Jacques Moreira de Alvarenga, pertencente à Resistência Armada Nacionalista, assassinado, por um comando da ALN, no colégio Veiga de Almeida, no Rio.
É mister enfatizar que esse processo se dá, também, sob os auspícios do governo, por meio do Secretário Nacional de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, que, apoiado por alguns setores mais radicais do PT, liderados pelo ex-ministro, cassado por corrupção, José Dirceu, pretende usar a condenação do Cel Ustra, para revogar a anistia e submeter, a julgamento, os militares, acusados de tortura nos anos pós-64. Vanucchi prega uma revisão da Lei de Anistia "desde que haja uma cobrança da sociedade". O advogado Lúcio França, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB e do Grupo Tortura Nunca Mais, aposta que o caso possa abrir jurisprudência, ou seja, tornar-se referência para processos semelhantes contra outros militares.
É preciso repetir, à exaustão, que todos os que foram presos ou mortos, pelas forças militares, estas, cumprindo ordens legais, apresentados, hoje, como heróis e defensores da democracia, não o teriam sido, se não estivessem lutando, de armas na mãos, integrando a guerrilha urbana ou rural, praticando assaltos, sabotagem, terrorismo seletivo e indiscriminado, assassinatos e "justiçamento" dos próprios comparsas ou, ainda, apoiando àqueles por formas variadas, colaborando para gestos tresloucados, geradores de inúmeras mortes. E, tudo isso, tendo, como fito, a tomada do poder, para aqui implantarem uma ditadura do proletariado, comunista, subordinada a estrangeiros.
As Forças Armadas não podem aceitar, estáticas, baseado em afirmações hipócritas, tribunal de inquisição, imposto pelos vencidos, aviltando a sua imagem, as suas tradições e os seus mais denodados integrantes.
Lembremo-nos de velho e sábio dito popular : "Quem muito se abaixa, o rabo
se lhe vê".
(Gen. Marco Antonio Felício da Silva)
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
A internet não é ringue
Revista Info Exame, número 238, janeiro de 2006, seção ZAP!, página 34
A INTERNET NÃO É RINGUE
Quer quebrar o pau, mandar ver, detonar a outra parte?
Faça isso pessoalmente
(Dagomir Marquezi)
Você já discutiu relação por e-mail? Não discuta. O correio eletrônico é uma
arma de destruição de massa (cerebral) em caso de conflito. Quer discutir?
Quer quebrar o pau, dizer tudo o que sente, mandar ver, detonar a outra
parte? Faça isso a sós, em ambiente fechado. Pessoalmente a coisa pode pegar
fogo, até sair agressão verbal e até mesmo física. Mas a chance maior é que
vocês terminem praticando o melhor sexo do mundo e trocando juras de amor
eterno.
Brigar por e-mail é muito perigoso. Existe pelo menos um par de boas razões
para isso. A primeira é que você não está na frente da pessoa. Ela não é
"humana" a distância, ela é a some de todos os defeitos. A segunda razão é
que você mesmo também perde a dimensão da sua própria humanidade. Pelo
e-mail as emoções ficam no freezer e a cabeça no microondas. Ao vivo, um
olhar ou um sorriso fazem toda a diferença. No e-mail todo mundo localiza
"risos", mas ninguém descreve "choro".
Eu sei disso, porque cometi esse erro. Várias vezes. Nunca mais cometerei,
espero. Principalmente quando você ama de verdade a pessoa do outro lado. Um
tiroteio de mensagens escritas tende à catástrofe. Quando você fala na cara,
as palavras ficam no ar e na memória, e uma hora acabam sumindo de ambos.
"Eu não me lembro de ter dito isso" é um bom argumento para esfriar as
tensões. Palavras escritas ficam. Podem ser relidas muitas vezes.
Ao vivo, você agüenta berros te mandando ir para e/ou tomar em algum lugar.
Responde no mesmo tom rasteiro. E segue em frente. Por email, cada frase
ofensiva tende a ser encarada como um desafio para que a outra parte escolha
a arma mais poderosa destinada ao ponto mais fraco do "adversário". Essa
resposta letal gera uma contra-resposta capaz de abalar os alicerces do
edifício, o que exigirá uma contra-contra-resposta supreendente e
devastadora. Assim funciona o ser humano, seja com mensagens, seja com
bombas nucleares.
Ao vivo, um pode sentir a fraqueza do outro e eventualmente ter o nobre
gesto de poupar aquelas trilhas de sofrimento e rancor. Ao vivo, o coração
comanda. Por e-mail é o cérebro que dá as cartas. E só Deus sabe o quanto
podemos ser inconseqüentes e cruéis quando entregamos o poder ao nosso
segundo órgão preferido, segundo a sábia definição de Woody Allen.
E tem o fator fermentação. Você recebe um e-mail hostil. Passa horas
intermináveis imaginando que será a terrível, destrutiva resposta que vai
dar. Seu cérebro ferve com os verbos contundentes e adjetivos cruéis que
serã usados no reply. Aí você escreve, e reescreve, e reescreve de novo, e a
cada nova versão seu texto está mais colérico, e horas se passam de
refinamento bélico do seu texto até que você decida apertar o botão do Juízo
Final, no caso o Enviar. Começam então as dolorosas horas de espera pela
resposta à sua artilharia pesada. É uma angústia saber que você agoraé o
alvo, imaginar que armas serão usadas. E dependendo do estado de
deterioração das relações, você poderá enlouquecer a ponto de imaginar a
resposta que vai dar à mensagem que ainda nem chegou.
E por isso que eu aconselho, especialmente aos mais jovens: se for para
mandar mensagens de amizade, se é para elogiar, se é para declarar amor, use
e abuse dos meios digitais. E-mail, messenger, chat, scraps, o que aparecer.
Mas se for para brigar, brigue pessoalmente. A não ser, claro, que você
queira que o rompimento seja definitivo. Aí é só abrir uma nova mensagem e
deixar o veneno seguir o curso.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Les chevaliers du ciel
Se me perguntarem qual o melhor filme que eu assisti esse ano, não hesitarei em afirmar: "Les chevaliers du ciel" (os cavaleiros do céu).
Produção francesa, a história ocorre com - no centro - um dos mais brilhantes pilotos de caça da Força Aérea Francesa (Armée de l'Air) em com muitos, MUITOS, aviões Mirage-2000 em missões e operações reais.
Se me perguntarem qual eu gostei mais, entre "Top Gun" (com Tom Cruise) e "Les chevaliers du ciel", também não hesitarei em afirmar que o segundo é melhor que o primeiro.
Gostei mesmo.
Eu recomendo!
Site oficial: http://www.leschevaliers-lefilm.com/
Sol forte exige cuidados com a pele
Uma das principais conseqüências do bronzeamento excessivo é o aparecimento do câncer de pele, doença que pode matar.
Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, praias, cachoeiras e clubes no Brasil inteiro se transformam nos pontos favoritos para o turismo de lazer. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) chama a atenção para os cuidados com a pele neste período e para os riscos que os raios solares podem trazer, como o aparecimento do câncer de pele.
A exposição excessiva e constante à radiação ultravioleta dos raios solares é a principal causa para o aparecimento do câncer de pele. "Ao contrário do que muitos pensam, pele queimada não é sinal de saúde. O sol em excesso, ao longo dos anos, também pode causar queimaduras e envelhecimento precoce", alerta Carlos Eduardo Alves dos Santos, chefe da área de Dermatologia do Inca. Segundo ele, o bronzeamento é uma agressão à pele, que reage ao receber uma carga exagerada de radiação solar.
O melanoma é a forma mais perigosa de câncer de pele. Embora atinja apenas 5% dos pacientes, tem grande probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo - fenômeno que a medicina chama de metástase. Os efeitos nocivos do sol são cumulativos, por isso é comum que lesões apareçam na maioria das vezes após os 40 anos.
Algumas medidas simples ajudam a prevenir o câncer de pele. Deve-se evitar a exposição direta ao sol das 10h às 16h e usar filtro solar com fator de proteção igual ou superior ao 15. Sua reaplicação a cada duas horas é importante, principalmente para quem transpira e permanece dentro da água.
E não é só quem aproveita as férias nas praias e clubes que precisa ter cuidado com o câncer de pele. As pessoas que trabalham ao ar livre também devem prestar atenção a essas recomendações. Segundo registros do Instituto Nacional de Câncer, os trabalhadores representam uma parcela significativa de vítimas da doença. O guarda-sol, os chapéus e os óculos escuros são úteis para minimizar os efeitos da radiação solar.
O Inca também destaca a importância de atenção especial para as crianças e as pessoas de pele muito clara, que podem sofrer ainda mais com os efeitos da luz solar. Recomenda-se às mães protegerem os bebês ao máximo e mantê-los, sempre que possível, fora da exposição direta ao sol. Os médicos desaconselham as mães a usarem filtro solar em crianças com menos de um ano, pois a pele delas ainda não está preparada para suportar os agentes químicos do produto. Os profissionais de saúde também não recomendam que os pais levem crianças muito pequenas à praia, pelo risco maior que elas têm de sofrerem insolações e de se desidratarem.
SUS - O auto-exame é um complemento para prevenir o câncer de pele. Caso apareçam no corpo manchas que coçam, ardem, escamam ou sangram, sinais ou pintas que mudem de tamanho, formato ou cor e feridas que não cicatrizam, deve-se procurar um dermatologista o mais rápido possível. "O câncer de pele tem cura se for detectado em estágio inicial. Por esse motivo, em caso de qualquer alteração, é importante buscar ajuda médica", orienta Carlos Eduardo. O Sistema Único de Saúde (SUS) possui profissionais aptos para confirmar o diagnóstico e encaminhar o paciente aos Centros de Atendimento do Câncer (Cacon) ou ao Inca, no Rio de Janeiro. O diagnostico pode ser feito em locais como postos de saúde e hospitais universitários.
O tratamento para o câncer de pele é cirúrgico na maioria das vezes, com técnicas como a eletrocirurgia (remoção do tumor por corrente elétrica de alta freqüência) ou a criocirurgia (resfriamento e retirada de lesões por meio do nitrogênio líquido). Também se utiliza como tratamento a radioterapia, indicada em áreas mais difíceis de tratar com cirurgia, como pálpebras, nariz e orelhas.
domingo, 17 de dezembro de 2006
Cores
Olá meus queridos leitores.
Estou em fase de reformulação do blog.
Pergunto então para vocês o que vocês sugerem de mudanças?
Quais cores ficariam melhor?
E quais links eu deveria colocar aí na lateral?
Agradeço antecipadamente pela colaboração de todos.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
Sobre a postura das mulheres na sociedade !
SOBRE A POSTURA DAS MULHERES NA SOCIEDADE
Esse artigo segue em resposta ao artigo "Extremamente difícil" da ThinSpirit, disponível em: http://odara-agora.blogspot.com/2006/12/xtreming-hard.html acesso em 08 de dezembro de 2006, às 16h30.
(e parece que sou o único homem que comenta no blog da ThinSpirit, então tenho que ser claro quanto às opiniões masculinas)
Olha, a pior coisa do mundo é ter uma mulher de cara fechada do teu lado.
Você, enquanto homem, começa a se perguntar "que merda, por que eu comecei a namorar com essa menina?".
Outra coisa, ciúmes só é bonitinho em filme para adolescente. Ciúmes na vida real é uma droga. Vicia você em ser dependente emocionalmente da atenção de outrém, e demonstra desejo de posse.
Relacionamentos plenos não são feitos por posse e sim por amor. E no verdadeiro amor não cabe os ciúmes.
Ciúmes é insegurança, incerteza, desejo de dominar pela demonstração de fraqueza, etc. etc. etc.
Se você é mulher e não consegue amar a você mesma, e confiar em você mesma, ÓBVIO que vai ter ciúmes do cara.
Um amigo meu uma vez me falou: "Quer entender as mulheres? Parta do princípio da auto-estima: elas simplesmente não têm!".
Ciúmes também demonstra falta de auto-estima.
Nós, homens, não gostamos de pessoas com baixa (ou nenhuma) auto-estima do nosso lado. Gostamos de sair, rir e nos divertir com pessoas inteligentes que sabem conversar e são seguras de si próprias.
Se você não tem segurança de ti mesma, se você "não confia no seu taco", então é questão de tempo até o cara acabar o namoro contigo.
Se ele elogia a menina, porque ela sabe conversar, demonstra que tu não sabe conversar - vai que é porque as meninas têm a péssima mania de fechar a cara e cortar o diálogo.
Veja bem: os homens NÃO têm a obrigação de adivinhar seus pensamentos, pelo contrário, você tem a obrigação de falar o que te incomoda.
Diálogo é tudo! Daqui há alguns anos as belezas passarão, e o que restará é o diálogo. Se você está com alguém hoje porque ela(e) é bonita(o) e/ou o sexo é bom, daqui há algum tempo isso vai acabar, e o que restará é unicamente o diálogo.
Se você não tem diálogo agora, não espere um relacionamento duradouro.
Agora se o cara elogia a beleza de outra mulher e não à sua, é porque está interessado fisicamente nela (não é regra geral). As pessoas são belas como elas são por dentro, pelo que pensam e agem, não pelo que seus corpos traduzem. Magreza, beleza, e outras "ezas" são temporárias.
Então, se você quer ser uma pessoa melhor, uma mulher melhor, tenha auto-estima e segurança. Vocé é bela e especial como você é! Sem tirar nem pôr.
Se o cara não te dá valor, e você seguiu os passos anteriores (auto-estima, segurança, diálogo e não-ciúmes), então seja forte - mostre que as mulheres são realmente o que são - e dê as contas. Doa a quem doer.
Quem não te dá valor, não merece estar ao seu lado.
Essa é nossa cultura... essa é nossa natureza!
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Sobre inícios e fins de namoros
Sobre inícios e fins de namoros
Pessoas, na moral, tem coisa mais invasiva do que alguém lhe questionar motivos de decisões pessoais suas?
Esses dias eu vi acontecer com um colega o que aconteceu comigo há um tempo atrás, quando saí de um namoro: uma pessoa chegou para meu amigo e perguntou o porquê do término do relacionamento dele.
Comigo aconteceu essa mesma coisa - há algum tempo atrás - e eu respondi simplesmente "incompatibilidade". A pessoa resmungou algo tipo "poxa, explica direito".
Não tem o que explicar melhor. Se você acaba um namoro é porque é incompatível com a outra pessoa. Pode ser problemas de incompatibilidade de agendas, gênios ou até gostos e preferências, mas não deixa de ser incompatibilidade. Se eu for especificar que tipo de incompatibilidade, estarei autorizando plenamente a sobrepujação da soberania da minha privacidade.
...e, afinal, quando as pessoas são compatíveis os namoros não acabam!
Sim, erraríamos menos...
“Erraríamos menos se todos conhecessem melhor a História”
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Das duas uma...
As pessoas no geral só publicam textos na internet quando estão muito seguras ou muito inseguras sobre determinado tema. O meio termo é raro... raríssimo!
Bem, segue abaixo minha resposta à uma colega de blog, ainda sobre a questão de saúde x dieta.
Olá jovem
Que bom que gostou do meu comentário. Fui sincero.
Aliás, essa é minha dádiva e minha perdição: capricornianos são sinceros ao extremo.
Bem, no meu blog - como você deve ter pércebido - tem alguns textos interessantes.
Quanto à sua paranóia com seu corpo, eu sugiro parâmetros médicos, não estéticos.
Vá à um cardiologista, um endrocrinologista e uma nutricionista. Converse com eles. Eles - o cardiologista principalmente - vai te dizer teu peso ideal e os demais vão te ajudar a chegar lá.
Não se meça pelo espelho. As imagens mentem MUITO (quem é da área de jornalismo sabe bem o que me refiro). Faça seu acompanhamento por uma balança bem regulada.
As meninas que apareceram na televisão, que morreram de magras, se suicidaram - em suas dietas - pelo que olhavam no espelho (e não pelo que a balança indica).
Não cometa o mesmo erro. A beleza é subjetiva mas o acompanhamento dos males dela é bem racional e com dados facilmente identificáveis.
Não sei onde você mora. E muito menos qual tua alimentação - ou melhor - quão deliciosas devem ser suas comidas típicas.
Eu, por exemplo, não troco uma paçoca com feijão verde - ou mesmo um vatapá com tapioca - por um prato refinado. E no outro dia haja mar para nadar e perder aquele excesso de comida. Mas não vou ficar me mordendo e me moderando porque padrões sócio-culturais de estética definem que os homens devem ter corpo assim e as meninas um corpo esguio, magro, esqueleticamente feio.
Aqui eu bato o pé! Em primeiro lugar vem minha saúde (que inclui minha saúde mental: eu como o que eu quero, exceto por ordens médicas) e pronto! Meu paladar tem prioridade em relação ao espelho!
Você pode pensar: "Pô, isso é papo de gordo". Não é. Não no meu caso. Mantenho meu peso no valor ideal (segundo meu cardiologista) sem precisar ficar me policiando em termos de o que comemos.
A decisão, no final das contas, é sua, só sua.
Só você pode se ajudar. Esse é um direito seu.
(e não adianta falar em ajudar os outros se você não estiver bem consigo mesma)
(-:
... e ao fundo... toca uma música do Cidade Negra que diz "repito em poesias, palavras de um rei: faça por onde, que eu lhe ajudarei"...
O que os homens pensam sobre as buscas estéticas das mulheres?
(Historiador do cotidiano)
Olá minhas prezadas leitoras...
Li o blog de uma jovem que perguntava à sua audiência sobre o que acham da pessoa mudar por capricho da(o) companheira(o). Bem, segue abaixo a resposta tal qual eu respondi lá:
Sobre o que os namorados pensam, bem, falo enquanto (ex) namorado.
Não! Nós homens no geral não ligamos para o que vocês fazem em termos de dieta ou embelezamento. Se elogiamos é porque somos safados em perceber certos detalhes (por exemplo: se uma mulher mexer muito no cabelo dela, pode elogiar porque ela fez algo recente... basta um "nossa, como ficou lindo seu cabelo", que ela conta que fez luzes, cortou as pontas, etc).
Outra coisa, é uma bobagem você se mudar por causa de outra pessoa.
Um amigo meu é casado e a esposa - que antes era modelo - está obesa após o nascimento do segundo filho do casal. Ele me disse "cara, tu achas que eu vou procurar outra mulher só porque a minha engravidou? Não! É a mesma mulher que eu sempre amei, só com uns quilinhos a mais ela não deixou de ser aquela pessoa especial".
Você tem que perder peso porque seu cardiologista manda, porque você quer fazer esportes, ou etc. Não tem que perder peso para ser troféu de homem nenhum.
Mulheres-troféus (aquelas lindas, mas que findam sem conteúdo nenhum) só servem para os namorados exibirem elas nas festas e para os amigos.
Quem ama, ama você como você é! Mesmo com uns quilinhos a mais ou a menos.
O que existe também são incompatibilidades de gêneros. Às vezes você não ama a outra pessoa, mas ela é uma excelente companheira. O que você faz? Tenta mudá-la para se adaptar ao seu estilo. Tenta fazê-la ser seu espelho, sua fotocópia. Mas a pessoa não é sua duplicada - VIVA AS DIFERENÇAS! - e por isso mesmo tem que ser tratada como a pessoa única que ela é.
Reflitam...
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
Acidente da Gol
Acabei de receber as fotos verdadeiras do acidente da aeronave da Gol que
efetuava o vôo 1907.
Sim, finalmente são as fotos mesmo do acidente.
Sim, as fotos são - no mínimo - degradantes.
E NÃO, NÃO enviarei para qualquer que seja a pessoa tais fotos. Aquelas eram
pessoas normais como eu, você e as pessoas ao seu redor.
Olhe para a pessoa mais perto de ti e se pergunte se você gostaria de ver
fotografias dessa pessoa esbagaçada espalhadas pela internet?
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Finalmente 100!
Hoje, 30 de novembro - após um mês do contador estar operacional no site -
finalmente o Historiador do Cotidiano recebeu sua 100ª visita!
Obrigado a todos pelo apoio, atenção e prazer de leitura em meus artigos.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
O Brasil na 2ª Guerra Mundial
O Brasil na 2ª Guerra Mundial
O Brasil entrou na 2ª Guerra Mundial após torpedeamento de navios mercantes brasileiros em 1942: Buarque (15 de fevereiro), Olinda (18 de fevereiro), Cabedello (25 de fevereiro), Arabutan (7 de março) e Cayrú (8 de março)[1], além da descoberta de centrais de inteligência e espionagem alemãs - com transmissão por modernos equipamentos de rádio - no Rio de Janeiro (abril de 1942). Em 1º de maio é afundado o navio Parnahyba e a seguir o Comandante Lyra (18 de maio). Os torpedeamentos continuam com afundamento dos navios Gonçalves Dias (24 de maio), Alegrete (1 de junho), Pacuri e um pesqueiro (5 de junho), Pedrinhas (26 de junho), Tamandaré (25 de julho), Piave e Barbacena (28 de julho), Baependy e Araraquara (15 de agosto), Annibal Benévolo (16 de agosto) e Itagiba, Arará e um pesqueiro (17 de agosto)[2].
No dia 18 de agosto o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), do Governo Federal, explica à população sobre os torpedeamentos. Em 19 de agosto é afundado o 22º navio brasileiro: Jacira. Em 31 de agosto - através do Decreto-Lei nº 10.358 o governo declara estado e guerra. Nas comemorações do 7 de Setembro (Independência) são encontradas diversas bombas-relógio espalhadas na cidade do Rio de Janeiro, nos locais onde aconteceria o desfile militar. No dia 27 de setembro são afundados os navios Ozório e Lages, seguidos pelo Antônico (28 de setembro), Porto Alegre (3 de novembro) e Apalóide (22 de novembro) que torna-se 27º navio brasileiro afundado.
Em 29 de janeiro de 1943 os presidentes brasileiro Getúlio Vargas e estadunidense Franklin D. Roosevelt reúnem em Natal para efetivarem a participação do Brasil na Guerra, através do envio de uma Força Expedicionária. Em 1943 os torpedeamentos continuam: Brasilóide (18 de fevereiro) e Affonso Penna (2 de março). Em 27 de março é estabelecida a Base Aérea de Natal no então campo de Parnamirim (“Parnamirim field”) posteriormente conhecido como “Trampolim da vitória”.
Em 1º de julho é torpedeado o navio brasileiro Tutóya e no dia 4 é a vez do Pelotaslóide, afundado pelo U-Boat (submarino alemão) U-590. Mas o 590 não comemorou a vitória por muito tempo pois foi afundado por uma aeronave PBY-5 Catalina do esquadrão VP-94 próximo ao estuário do rio Amazonas em 9 de julho, cinco dias após afundar o Pelotaslóide. Em 19 de julho é a vez de um avião Mariner do esquadrão VP-74 afundar o U-513 que, há 18 dias antes tinha afundado o navio brasileiro Totóya. Em 31 de julho é afundado o primeiro submarino alemão por brasileiros, o U-199. Em 26 de setembro são torpedeados os navios brasileiros Itapagé e Cisne Branco e em 23 de outubro é a vez do navio brasileiro Campos. Em 23 de novembro de 1943 é criada a Força Expedicionária Brasileira e, em 18 de dezembro do mesmo ano, é criado o 1º Grupo de Aviação de Caça cujo primeiro comandante foi o então major Nero Moura. Em 18 de maio morre o 2º Ten.-Av Gastaldoni, face um aparente problema mecânico na sua aeronave P-40.
Além dos citados, foram também torpedeados os navios Shangri-lá, Bagé, Vital de Oliveira e Camaquã. O cruzador Bahia é vítima de explosão no paiol da popa após o término da guerra (4 de julho de 1945). Ao todo, foram registrados oficialmente 1.426 filhos da nação brasileira que perderam suas vidas por ataques de submarinos alemãos a 39 navios brasileiros[3].
Para o teatro de operações da Itália, o Brasil enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) junto com o 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) da recém criada Força Aérea Brasileira (FAB). Constituída em agosto de 1943, a FEB tinha como emblema uma cobra fumando. Seu comandante foi o general e futuro marechal João Batista Mascarenhas de Morais e o chefe do Estado-Maior era o então major (futuro presidente do Brasil) Humberto Castelo Branco. A FEB foi integrada ao 4º Corpo do Exército Americano (sob o comando do general Willis Crittemberger), este por sua vez adscrito ao V Exército dos EUA (comandado pelo general Mark Clark)[4].
A FEB desembarcou na Itália em 16 junho (oficiais) de 1944. Em 2 de julho o transporte USS GENERAL MANN (AP-112), escoltado pelos destróieres brasileiros MARCÍLIO DIAS, MARIZ E BARROS e GREENHALGH, partem do Rio de Janeiro com o primeiro contingente da FEB (5.379 homens) com destino a Nápoles. Faziam parte deste contingente: QG/1D; 4ª CIA/11º RI (São João Del Rey); Cia.Ob./11º RI; Pel. Mrt/CPP 2/11º RI; II/1º R.O.Au.R. (Campinho); 1º Pel/Esqd. Rec.; 6º RI (Caçapava); QG/1º DIE; Dst. 9º BE; Dst./Cia. Trans.; Cia. Mnt.; Pel. Pol.; Depos. Int.; Dst. 1ª Cia. Int.; Dst. 1º BS (Valença); Gr. Supl. Hosp.; Justiça Militar, Pagadoria Fixa, Correio Regulador, 3 oficiais da Marinha de Guerra, 11 elementos do Banco do Brasil, 3 capelães e 3 correspondentes de guerra (Sívio S. da Fonseca - DIP, 1 fotógrafo do DIP e 1 fotógrafo do Exército)[5].
A FEB entrou em combate em setembro, no vale do rio Serchio, ao norte da cidade de Pisa. As primeiras vitórias da FEB ocorreram já em setembro com a ocupação de Massarosa (16.09.1943), a tomada de Camaiore (18.09.1943) e Monte Prano (26.09.1943). Durante o rigoroso inverno daquele ano combateu nos Apeninos onde enfrentou temperaturas de até vinte graus negativos e muita neve[6].
Seguem Lama di Sotto (30.09.1943), Fornaci (01.10.1943), Barga (11.10.1943) e em um só dia a FEB em esforço conjunto ocupa no dia 30 de outubro as cidades de Lama di Sopra, Pradescello, Pian de los Rios, Collo e San Chirico. No dia seguinte o 1º GAvCa realiza sua primeira missão de combate. Em 21 de fevereiro de 1945 a FEB ocupa Monte Castelo depois do Grupo de Caça ter arrasado a resistência alemã.
No início de 1945, conquistou Monte Castelo (21.02.1945), Castelnuovo (05.03.1945), Montese (14.04.1945), Zocca e Montalto (ambas em 21.04.1945) além de Collechio (28.04.1945). Em Fornovo (29.04.1945), cercou e aprisionou a 148º Divisão de Infantaria alemã, inclusive o seu comandante, General Otto Freter Pico e seu Estado Maior, além de remanescentes da Divisão Bersaglieri italiana, como o seu comandante, o General Mario Carloni. Na sua arrancada final, conquistou a cidade de Turim e, em 2 de maio, na cidade de Susa, noroeste da Itália, fez junção com as tropas francesas. Nesta data - 2 de maio de 1945 - a Itália declara sua rendição incondicional. A guerra no Teatro de Operações da Europa encerra-se em 8 de maio de 1945 com a rendição incondicional da Alemanha.
Ao final da campanha, a FEB havia aprisionado mais de 20.000 soldados inimigos (14.779 só em Fornovo) oitenta canhões, 1.500 viaturas e 4 mil cavalos, saindo vitoriosa em 21 batalhas[7].
Participaram da Força Expedicionária Brasileira oficiais que nos anos seguintes desempenhariam papéis de destaque na vida política brasileira, entre os quais, pode-se salientar os seguintes nomes: Humberto de Alencar Castello Branco (presidente da República entre 1964 e 1967), Osvaldo Cordeiro de Farias (governador de Pernambuco entre 1955 e 1959), Golbery do Couto e Silva (ministro da Casa Civil entre 1974 e 1981), Octavio Costa (idealizador das campanhas publicitárias do governo Médici), Albuquerque Lima (ministro do interior entre 1967 e 1969) e Hugo Abreu (ministro da Casa Militar entre 1974 e 1978)[8].
Referências:
[1] Disponível em: http://www.sentandoapua.com.br/ acesso em: 28 de novembro de 2006.
[2], [4], [6], [7] e [8] Disponíveis em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Força_Expedicionária_Brasileira acesso em: 28 de novembro de 2006.
[3] Disponível em: http://www.sentandoapua.com.br/mapacom.htm acesso em: 28 de novembro de 2006.
[5] Disponível em: http://www.sentandoapua.com.br/ acesso em: 28 de novembro de 2006.
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Novidades!
A partir de agora, o blog foi atualizado (ou estará completo até
meia-noite): todos arquivos que forem meus terão no início o texto
(Historiador do cotidiano) em vermelho!!
Reflexões sobre a fé
Sábado assisti novamente o "Código da Vinci", com Tom Hanks, Audrey Tautou e Jean Reno. Às vezes me questiono se estou na área errada!? Desde antes de Arcoverde (1995) já ventilo a idéia de ingressar no seminário. Será que a batina me cairia bem? E, mais importante, será que tenho o dom da Palavra? A Bíblia fala em sinais (Mateus, 24:32-33). Meu Senhor Deus, espero tomar a decisão certa...
domingo, 19 de novembro de 2006
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
STJ: jornalista deve ter diploma
(por: Tiago Cordeiro)
A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou, por unanimidade, que jornalistas devem possuir diploma universitário de jornalismo. A decisão ocorreu no julgamento de um mandado de segurança impetrado pelo médico José Eduardo Marques contra a portaria do Ministério do Trabalho e Emprego. Marques trabalhava no programa de TV “Prevê Saúde”, da TV Bauru, de São Paulo. Segundo o STJ, o médico possuía um registro precário de jornalista, concedido por ação civil pública.
A decisão do processo seguiu integralmente o voto do relator, Ministro José Delgado. Ele afirmou que a profissão de jornalista é regulada pelo Decreto-Lei 972, de 1969, com alterações de leis subseqüentes e que, desde então, exige-se o diploma de nível superior para o seu exercício. Para os ministros, a portaria é legal e não prejudica o interesse público, já que não prejudica a livre manifestação do pensamento, criação ou opinião.
A Portaria n. 03, de 2006, do Ministério do Trabalho e Emprego declarou inválido qualquer registro de jornalista pela antecipação de tutela da ação civil pública 2001.61.00.025946-3 - decisão de outubro de 2005, que determinou a exigência do diploma de curso superior para a atividade de jornalista - e que as delegacias regionais do trabalho deveriam cancelar todos os registros emitidos. Através de um pedido de liminar, o médico alegou que a portaria seria ilegal e contrária ao artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal que autoriza o livre exercício de qualquer trabalho ou profissão desde que as exigências legais sejam atendidas. Marques obteve a liminar, mas o Tribunal Regional Federal cassou seu registro, o que lhe levou a entrar com o mandado de segurança no STJ.
“Não é uma quebra da liberdade de expressão, pelo contrário. Qualquer pessoa, e a confusão acaba provocando erros de interpretação, pode se expressar de maneira livre. O que a constituição garante é que só jornalistas possam fazer jornalismo”, afirmou Sérgio Murillo, presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).
Delgado, em seu voto, destacou que a Constituição também prevê o cargo de colaborador, profissional remunerado e sem vínculo empregatício que produz trabalhos técnicos, científicos ou culturais de acordo com sua especialização. “O jornalismo encontra-se cada vez mais diversificado e formados em outras áreas naturalmente acabam por se dedicarem à elaboração de artigos e matérias específicas de sua formação”.
“Se o tribunal negou, tenho que acatar”, resumiu Marques para o Comunique-se. Segundo a assessoria do STJ, ele ainda pode recorrer da sentença.
sábado, 11 de novembro de 2006
DESMILITARIZAR, NÃO! MAS SIM COMPLETAR A MILITARIZAÇÃO !
A Aeronáutica Militar merece o respeito e a gratidão da sociedade brasileira por ter criado, organizado e implantado excepcionais empresas e estabelecimentos produtores de serviços e equipamentos de elevado interesse nacional, todos incorporando destacada bagagem cultural de excelência.
Assim, surgiram, para o desenvolvimento científico-tecnológico, o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), a Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), a Companhia Eletromecânica de Motores de Aviação (CELMA). Surgiram, também, para o uso e o controle do espaço aéreo, a Empresa de Infra-estrutura Aeroespacial (INFRAERO), o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAA), o Centro de Lançamentos de Veículos Espaciais de Alcântara (CLA), o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e muitos outros. Todas essas realizações, de iniciativa exclusiva da Força Aérea, de homens de visão arejada, que legaram ao Brasil um invejável acervo tecnológico.
Somente o SISCEAB, de concepção integrada militar e civil, pioneira no mundo, conta com cerca de 15.000 profissionais de alto nível, que o mantêm e operam por meio de quatro células intercomunicantes regionais. Essas células, os Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV) abrangem a cobertura total do espaço aéreo nacional e de parte do Oceano Atlântico (responsabilidade internacional assumida).
O CINDACTA IV, sozinho, guarnece toda a Amazônia brasileira (5.200.000 km²), incorporando a atividade complementar de vigilância dos céus daquela área (Sistema de Vigilância da Amazônia SIVAM) e provendo informações eletrônicas, em tempo real, para viabilizar o funcionamento do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).
Da lavra da Aeronáutica são, igualmente, o desenvolvimento dos motores automotivos a álcool e a gás natural, de ligas metálicas super-resistentes e de combustíveis sólidos de elevada eficiência, ambos para emprego em motores espaciais. Também o são, a própria concepção do Veículo Lançador de Satélites (VLS), as bases para o domínio do ciclo completo do átomo e outras iniciativas, inclusive de pesquisa pura.
Com tudo isso, os estrategistas da Aeronáutica instalaram um complexo aeroespacial de forma integrada e unificada, constituído dos seguintes pilares:
- Complexo Científico-Tecnológico Aeroespacial: CTA, ITA, INPE etc.;
- Indústria Aeroespacial: EMBRAER, CELMA etc.;
- Infra-estrutura Aeroespacial: SISCEAB, INFRAERO, Centros de Lançamento de foguetes e veículos espaciais diversos, Centros de testes para pesquisas aeroespaciais etc.;
- Aviação Civil: Departamento de Aviação Civil - DAC (hoje, Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC);
Enquanto estiveram sob a supervisão da Aeronáutica Militar, esses segmentos se desenvolveram e se fortaleceram, despertando o ciúme de uns, pelo poder que representavam, e a cobiça de outros, políticos e oportunistas, pelo potencial de produzir receitas financeiras de vulto.
No ambiente militar, nunca interessou às demais Forças que houvesse essa exclusividade do controle sobre a INFRAERO, o DAC e, até, o SISCEAB, porque dele sempre quiseram compartilhar. Daí, a situação de isolamento em que ficou a Aeronáutica, que só podia contar consigo mesma para conservar a propriedade dos órgãos indispensáveis ao seu funcionamento ideal, os quais ela construiu sozinha.
Neste momento, a forjada crise do controle de tráfego aéreo (apenas em Brasília!?), urdida nos porões do CINDACTA I, configura verdadeira traição nacional, covardemente desencadeada por alguns controladores civis, sindicalistas retrógrados, infiltrados no meio dos controladores militares, estes sérios, os quais representam a indiscutível maioria desses profissionais.
As pessoas que conhecem o sistema sempre souberam que qualquer movimento grevista no seu interior traria dramáticas conseqüências para a sociedade em geral, sem se falar nos prejuízos para a segurança externa do País.
Os controladores de tráfego aéreo representam somente a ponta do "iceberg" nesse imenso e delicado sistema, onde labutam diuturnamente um grande número de brasileiros para mantê-lo, em funcionamento, 365 dias e 6 horas, por ano, 24 horas por dia, 60 minutos por hora e 60 segundos por minuto.
Não são esses poucos controladores os que mais trabalham, nem dos quais se exige maior cultura técnico-profissional, porém, como simples "apertadores de botões" nos "videogames" em que trabalham (que são mantidos por outros), podem interromper ou retardar o funcionamento dos beneficiários de sua atividade fim.
Muito mais cultos tecnologicamente e indispensáveis são os mantenedores dos radares, dos meios de comunicação, dos laboratórios de inspeção em vôo, dos meios de cartografia e geodésia, dos estabelecimentos de formação de pessoal e, principalmente, dos idealizadores de todos esses sistemas.
Soa ridículo, para os que conhecem medianamente o SISCEAB, ouvir a inconseqüente pregação de privatizar a atividade dos controladores, como se fosse possível isolá-la das demais, ou separar o rio de seu leito.
Soa ridículo ouvir as estultices dos políticos demagogos ou, até, de jornalistas mal preparados, quando repetem, como papagaios, as palavras que lhes põem na boca os arautos do caos, tão ou mais ignorantes do que aqueles, na ânsia de dar notícias alarmantes e, se não as houver, de distorcer as existentes.
Quando se analisa, com equilíbrio, o inopinado em que se instalaram os conflitos e os atrasos de aeronaves, em contrapartida com a presteza com que tudo foi restabelecido, surge uma verdade cristalina: nunca houve excesso de tráfego aéreo, nem carência de controladores. O que houve foi falta de espírito público e sobra de permissividade institucional na baderna praticada por uns poucos. Estes, para sua justa e inoportuna reivindicação salarial, não hesitaram em envergonhar o Brasil perante o mundo, nem em induzir a opinião pública internacional a admitir a culpabilidade do serviço nacional de proteção ao vôo (um dos melhores do mundo), no lamentável recente choque de duas aeronaves no ar.
Enquanto demagogos, irresponsáveis e ignorantes preconizam a desmilitarização dos controladores de vôo, surge, insofismável, a certeza de que, não só resta imprescindível sua permanência sob a tutela da Aeronáutica, como também se faz indispensável a expansão dessa militarização para o restante do que tenha sido subtraído do sistema, antes inteiro.
Esta é uma questão de bom senso, de segurança e de sobrevivência para o País e para toda a sociedade brasileira.
Ten.-Brig.-do-Ar Ivan Frota
(presidente do Clube da Aeronáutica)
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Documentário versus reportagem
Documentário: “que tem valor ou caráter de documento; filme informativo e/ou didático feito sobre pessoa(s) (ger. de conhecimento público), animais, acontecimentos (históricos, políticos, culturais etc.) ou ainda sobre objetos, emoções, pensamentos, culturas diversas etc.”.[1]
Reportagem: “atividade jornalística que basicamente consiste em adquirir informações sobre determinado assunto ou acontecimento para transformá-las em noticiário; o resultado desse trabalho (escrito, filmado, televisionado), que é veiculado por órgãos da imprensa”.[2]
Aparentemente sutil, os gêneros de produção de conteúdo visual possuem uma característica essencial na diferenciação: a autoria.
Os primeiros registros visuais, documentários ou reportagens, podem ser encontrados produzidos por nossos antepassados - nas cavernas - de forma pictográfica, na qual os guerreiros informavam aos companheiros e às mulheres como fora a caçada, quais animais encontraram, quais armas utilizaram, quais bichos mataram e de quais fugiram. A narrativa não verbal está bem explícita em desenhos seqüenciados.
Pulando algumas etapas da nossa longa evolução, encontramos os irmãos Lumière a exibir fotografias em seqüência para mostrar ações do cotidiano[3]. Surgia o cinema mudo, uma evolução tecnológica para transmitir informações - e registrá-las - tais quais nossos ancestrais faziam.
O surgimento do cinema ficou caracterizado na primeira exibição pública do cinematógrafo dos irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895 no salão do Grande Café de Paris, apesar de ter acontecido uma primeira sessão reservada (première, ou estréia) em 28 de setembro do mesmo ano. A exibição pública contou, entre outros, com o artista Georges Méliès na platéia:
par les frères Lumière eu lieu le 28 septembre 1895
à La Ciotat Bouches-du-Rhône dans la première salle
de Cinéma au monde L'Eden qui existe toujours, trois
mois avant celle projetée comme démonstration
inaugurale au Salon indien du Grand Café à Paris le
28 décembre 1895, la Sortie de l'usine Lumière à Lyon
film tourné par les deux frères. Georges Méliès, qui
y assistait en tant que simple spectateur y reçut sa toute
première inspiration. Bien que celles-ci ne sont plus
considérées comme les premières au monde, les
projections des pionniers Jean Le Roy le 22 février 1895
à Clayton dans le New Jersey et le français
Louis Aimée Augustin Le Prince 1888 étant antérieures,
mais ce cinéma avant la lettre et non commercial est rejeté
dans la catégorie, pré-cinéma.[4]
A mudança significativa de emprego do cinema ocorreu com o ingresso do russo Serguei Einsenstein que utilizou - na década de 1920 - o cinema como arma de propaganda. Para isso, refinou o conceito de edição das imagens capturadas e mudança de planos. Para ele não bastava mais a câmera estar fixa em determinado local, mas a mudança de ângulos para mostrar o que nem sempre estava perceptível. No seu filme “O encouraçado Potemkin” (1925), apresentou a cena da escadaria - com tropas czaristas enfrentando civis - de forma dramática, mas na reconstituição de fato, o que demonstra o registro in loco dos acontecimentos (características essencial em documentários)[6].
É importante ressaltar que o registro in loco dos acontecimentos - pelo documentarista, isto é, sem contar imagens de arquivos - pode ser feito de duas maneiras[7]: o “contemporâneo”, no qual os registros utilizados são espaço-temporalmente próximos à produção do documentário (aspecto imprescindível no caso das reportagens); o “(re)construído”, no qual faz-se referência aos eventos passados mas não se utiliza de locações reais e sim de cenários virtuais e maquetes, e; “referencial evolutivo”, onde há a captação de imagens nos locais históricos normalmente entrevistando personagens dos ocorridos em tais lugares.
Mas antes de caracterizarmos completamente os documentários, vamos conhecer algumas características do jornalismo.
Jornalismo e suas características
“Jornalismo é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informações. Também define-se o Jornalismo como a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais. Jornalismo é uma atividade de Comunicação”.[8]
Apenas esta definição não se mostra suficiente para a enormidade de atribuições e responsabilidades dos jornalistas. O código de ética do jornalismo brasileiro é mais claro, em seu artigo 3º explica que “A informação divulgada pelos meios de comunicação pública se pautará pela real ocorrência dos fatos (...)”, e o artigo 14º esclarece que o jornalista deve “ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não suficientemente demonstradas ou verificadas”[9].
Portanto fica claro que a responsabilidade do jornalista é registrar um acontecimento, com proximidade espaço-temporal, ouvir os dois (ou mais) lados envolvidos no evento, e divulgar as informações. O jornalista não poderá, no entanto, emitir juízo de valor, nem tendenciar os dados obtidos, como mostra o primeiríssimo artigo do código de ética: “O acesso à informação pública é um direito (...) que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse”, principalmente os interesses pessoais - essencialmente os ideológicos - do jornalista.
Não transparece assim caráter autoral, afinal o jornalista apenas divulga o que apura, apesar da tendência do conteúdo visual estar passível a abusos por suas “características subliminares de codificação e decodificação sociais imagens”[10].
A reportagem, então, seria uma forma de investigação aprofundada sobre um determinado tema para expor comportamentos e atitudes não éticas, imorais ou ilegais, mas que se mantém fiel à realidade sempre a ouvir todos os lados envolvidos no ocorrido.
investigate and expose unethical, immoral and
illegal behavior by individuals, businesses and
government agencies, can be complicated,
time-consuming and expensive - requiring teams
of journalists, months of research, interviews
(sometimes repeated interviews) with
numerous people, long-distance travel,
computers to analyze public-record databases,
or use of the company's legal staff to secure
documents under freedom of information laws”.[11]
- Ausência de opinião do jornalista: apenas é apresentado o que foi registrado. Dados não obtidos através de entrevistas são fornecidos à audiência em imagens com a presença do repórter (“passagem”) ou apenas a voz (“off”);
- Apresentação de todos os lados envolvidos no fato: não importa quantos e quais os lados, sempre devem todos serem ouvidos para garantir isenção jornalística;
- Uso de personagens reais: não se pode utilizar-se do recurso de emprego de atores ficcionais no lugares de atores sociais envolvidos nos fatos pois isso descaracterizaria o conceito de cada fonte ser responsável pelas suas informações;
- Processo de edição não está sob controle do jornalista que produziu a reportagem: com isto, perde-se quase completamente a oportunidade do repórter moldar a reportagem às suas ideologias através da edição de imagens, como preconizado por Einseinstein.
Afinal, a vídeo-reportagem nada mais é que um filme, de curta duração, realizada com informações obtidas jornalisticamente.
(de moins d'une minute à quelques minutes),
dont le contenu manifeste est essentiellement
d'ordre informatif. Il est réalisé par un
reporter”.[12]
E o documentário?
O documentário é um gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmativa não se deve deduzir que ele represente a realidade tal como ela é. O documentário, assim como a ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade. A palavra documentário deriva do latin “documentum” que significa “título ou diploma que serve de prova, declaração escrita para servir de prova”[13].
A representação parcial e subjetiva da realidade está exacerbadamente à mostra nos documentários, pois “a parcialidade é bem vinda no documentário”.[14] Esse olhar que o documentarista aplica à sua produção é que torna tal filme autoral: ele carrega os conceitos e opiniões do seu autor, devidamente salientados na seqüência narrativa da exibição de documentos, depoimentos e reconstituições.
Para voltarmos ao surgimento do conceito de vídeo-documentário, encontrarmos que os primeiros eram nada mais que pequenos registros como trens adentrando estações, barcos ancorando ou pessoas saindo de fábricas (como os produzidos pelos irmãos Lumière).
objectivité et point de vue du cinéaste
est particulièrement ténue: un documentaire
répond toujours à une démarche de son
auteur, et propose donc une vision particulière.
Cette vision résulte principalement de choix,
que ce soit au niveau du sujet traité,
des moyens, de l'approche ou, surtout,
du montage”.[15]
“O vídeo-documentário é um produto audiovisual que aborda um tema, lugar, animal, questão social ou cultural, pessoa - famosa ou anônima - uma doença, uma descoberta”[17], ou seja, uma verdadeira infinidade de temas que potencializa as aplicações cinematográficas na transmissão de informações e reforça os aspectos sobre o registro da realidade, como afirma Penafria pois “o filme documentário é aquele que, pelo registro do que é e acontece, constitui uma fonte de informação para o historiador e para todos os que pretendem saber como foi e como aconteceu”[18].
As principais características[19] dos documentários residem em:
· Discurso sobre o real: O documentário versa sobre temas e acontecimentos reais, mas não necessariamente com proximidade espaço-temporal da audiência;
· Registro in loco: A captura de imagens e informações são feitas nos locais históricos dos acontecimentos ou, na ausência deles, em maquetes ou ambientes virtuais que simulem com precisão histórica;
· Caráter autoral: Se o autor não expor sua opinião na narração da história, na seqüência narrativa das imagens e depoimentos e/ou na edição, não será um documentário e sim apenas uma reportagem;
· Suporte: O documentário não costuma ser produzido apenas para um único veículo, mas vários;
· Temática: Como a produção não precisa de proximidade espaço-temporal (como no caso da reportagem) os temas a serem abordados versam por todos os campos do conhecimento;
· Presença do locutor: Característica não necessária. Quando presente o locutor pode aparecer em on (quando ele efetivamente é visto, como os documentários do History Channel) ou em off (quando aparecem imagens e o locutor apenas narra, como normalmente observamos nos documentários do Discovery Channel). De forma alternativa, a presença do locutor pode ser suprimida quando os depoimentos possuem ganchos nos quais os entrevistados “conversam” (através da edição correta das imagens) entre si, e essa seqüência de depoimentos consegue servir como linha narrativa (como observados no documentário brasileiro “Senta Pua” ou no argentino “Ilhas Malvinas”);
· Uso de depoimentos: Recurso usado em larga escala pois, apesar do autor contar sua história, ele o faz pela seqüência narrativa mas depende das testemunhas históricas enquanto atores sociais do ocorrido. Na ausência de testemunhas, empregam-se depoimentos de pesquisadores e reconstituições;
· Uso de reconstituições: Na ausência de testemunhas vivas dos acontecimentos, ou em eventos históricos como grandes batalhas da Antigüidade, observa-se o emprego das reconstituições com atores teatrais e uso de realidade virtual computacional;
· Uso de personagens ficcionais: Nem todos os registros históricos versam sobre possíveis conversas ou sentimentos individuais de populações e indivíduos face a acontecimentos espaço-temporais contemporâneos a eles. Assim, emprega-se o uso de atores teatrais para retratar realidades históricas não atuais;
· Uso de documentos históricos: Desde a apresentação de documentos em papel até mesmo ao uso de imagens de arquivos pessoais ou públicos, o emprego de documentos históricos remonta a necessidade de apresentar informações de forma mais consistente do que o uso de depoimentos.
Considerações finais
Conforme estudado, as diferenciações entre vídeo-documentário e vídeo-reportagem repousam, essencialmente, no caráter autoral, pois os jornalistas que produzem reportagens devem ser fiéis aos fatos ocorridos, sem prolongá-los no universo espaço-temporal que separa o fato da audiência.
Mas na contramão dessa proximidade e sem necessidade da imparcialidade, os documentários mostram-se autorais - já que seus autores / diretores - expressam de forma sutil, porém clara, quais seus pontos de vistas sobre os temas abordados. Essa parcialidade é, não só esperada, como desejada.
A fuga das regras de isenção e imparcialidade jornalística possibilitam a (re)construção de realidades com mais liberdade, nas quais o autor percorre o tema com maior profundidade e permite a audiência conhecer melhor - em vídeos normalmente mais extensos que reportagens - a realidade tal qual ela aconteceu, ou queremos que tal registro imagético seja o que nós pensamos que aconteceu.
Assim fica provada a necessidade intrínseca da humanidade em ter contato com ambos os gêneros de produção, pois são os dois imprescindíveis para o incremento da cultura individual, bem como o registro na memória coletiva de eventos que - às vezes - não nos lembramos, não nos foi contado, ou nos esforçamos para esquecer.
[1] HOUAISS, dicionário. Disponível em: http://houaiss.uol.com.br/
[2] HOUAISS, dicionário. Disponível em: http://houaiss.uol.com.br/
[3] BITTENCOURT, Laurence B. Leite. NOTAS DE SALA DE AULA - Disciplina Cinema, vídeo e jornalismo. 2006.
[4] Enciclopédia Wikipédia. Disponível em: http://fr.wikipedia.org/wiki/Auguste_et_Louis_Lumière
[5] Artigo “Cinema e história: fotografias animadas”, encontrado em: XAVIER, Ismail. O CINEMA NO SÉCULO. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
[6] Artigo: "SERGUEI EINSEINSTEIN - O pioneiro da montagem de cenas em cinematografia". Disponível em: http://historiadordocotidiano.blogspot.com/
[7] MELO, Cristina Teixeira Vieira de. O DOCUMENTÁRIO COMO GÊNERO AUDIOVISUAL. Salvador: Intercom, 2002.
[8] Enciclopédia Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo
[9] FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas. CÓDIGO DE ÉTICA DO JORNALISMO BRASILEIRO. 1987. Disponível em: http://www.fenaj.org.br/Leis/Codigo_de_Etica.htm
[10] SQUIRRA, Sebastião Carlos de M. APRENDER TELEJORNALISMO: Produção e técnica. São Paulo: Brasiliense, 2004. Página 135.
[11] Enciclopédia Wikipédia. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Journalism
[12] Enciclopédia Wikipédia. Disponível em: http://fr.wikipedia.org/wiki/Reportage
[13] CUNHA, Antônio Geraldo. DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Citado por: BITTENCOURT, Laurence B. Leite. NOTAS DE SALA DE AULA - Disciplina Cinema, vídeo e jornalismo. 2006.
[14] MELO, Cristina Teixeira Vieira de. O DOCUMENTÁRIO COMO GÊNERO AUDIOVISUAL. Salvador: Intercom, 2002.
[15] Enciclopédia Wikipédia. Disponível em: http://fr.wikipedia.org/wiki/Documentaire
[16] MELO, Cristina Teixeira Vieira de. O DOCUMENTÁRIO COMO GÊNERO AUDIOVISUAL. Salvador: Intercom, 2002.
[17] BITTENCOURT, Laurence B. Leite. NOTAS DE SALA DE AULA - Disciplina Cinema, vídeo e jornalismo. 2006.
[18] PENAFRIA, Manuela. O FILME DOCUMENTÁRIO - História, identidade, tecnologia. Lisboa: Cosmos, 1999.
[19] Lista de características por: MELO, Cristina Teixeira Vieira de. O DOCUMENTÁRIO COMO GÊNERO AUDIOVISUAL. Salvador: Intercom, 2002.
domingo, 5 de novembro de 2006
sexta-feira, 3 de novembro de 2006
quinta-feira, 2 de novembro de 2006
Por que?
Queria entender as pessoas.
Queria entender o porquê delas serem assim...
...estranhamente próximas...
...loucamente lúcidas...
...conscientemente desvairadas...
Hoje me lembrei do dia que nos conhecemos
...como tudo era diferente...
eu... você...
o local...
a situação...
Havia flerte, havia diversão, havia festa...
Hoje sequer há encontro...
Hoje, somos pessoas diferentes...
Fotografia analógica versus photoshop
Oque posso dizer?
Apenas amo edição eletrônica das minhas fotografias analógicas.
Não entendo como algumas pessoas demonstram completa ojeriza pelo tratamento digital de fotografias e imagens no geral. As fotografias são imperfeitas por natureza. Todo o processo químico é difícil de ser controlado à perfeição.
A fotografia imperfeita (mas aparentemente não) é obra de arte de mãos e olhos dos maiores analistas da sociedade: os fotógrafos. Mas a edição digital de imagens está ao alcance de todos que possuem contato com computadores. Essas modificações permitem os retoques nos detalhes indesejáveis das fotografias.
Tudo bem, eu concordo que - por exemplo - o emprego da imagem como prova, como registro de algo que aconteceu, é inegável no fotojornalismo... principalmente naquela época que você chegava ao local do ocorrido e batia a fotografia fora de foco (porque não dava tempo de regular a máquina) mas pelo menos documentava a ação. Mesmo naquela época já havia o tratamento de imagens com uso de produtos químicos e, até mesmo, palitos de dentes.
Mas eu não quero no meu álbum de recordações uma fotografia em que tenha saído com os olhos vermelhos (efeito que ocorre quando o dispositivo de iluminação das máquinas - o "flash" - relfete no fundo da nossa retina), que no fundo aparece aquela publicidade horrível impossível de ser removida no enquadramento original, ou mesmo melhorar a coloração que foi estragada pelo uso do famigerado flash.
Eu quero o azul do céu mais azul nas minhas fotos; quero que a grama seja mais viva e que o sol brilhe mais. Se nossas memórias nem sempre são as verdadeiras (ver revista Super Interessante, edição 213, maio de 2005, página 44, sessão Super Intrigante, artigo "Tudo do que você lembra é verdade?"), por que não posso guardar então as mais belas?
Existem pessoas, fotógrafos profissionais da velha guarda em sua maioria, as quais alegam ser essa edição digital uma adulteração da imagem, a mentira sobreposta à verdade da fotografia (foto = luz; grafia = registro; ou seja, fotografia é o registro da luz recebida pela câmera fotográfica no instante que pressionamos o botão de disparo), bem, para eles eu desejo boa sorte. Não acredito que o mundo profissional da fotografia comporte esse mundo rosa das imagens não tratadas afinal nem mesmo o fotojornalismo está isento: os maiores jornais e revistas do Brasil e do mundo já não usam fotografias analógicas devido a toda lerdeza do processo de revelação. E no instante que o fotógrafo descarrega sua máquina no computador, já as passa - normalmente - pelo programa Photoshop o qual, de longe, é o mais utilizado pela enorme maioria da população.
A decisão é sua, meu caro leitor, se desejas continuar a usar a fotografia analógica ou vai preferir a edição digital.
Eu particularmente prefiro fotografar com equipamentos analógicos pela qualidade infinitamente superior mas, mandar as fotografias para a memória sem tratamento?
Livre arbítrio é isso aí !