quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Quem muito se abaixa, o rabo se lhe vê!

(autor: Gen. Marco Antonio Felício da Silva)

O julgamento do Cel. Ustra vem mostrar que a sanha de vingança, da, então, esquerda radical e revolucionária, está ainda presente, ativa e contando com a timidez das Forças Armadas, as quais, após o término dos "governos militares", mudas, temerosas de acusações e polêmicas, se vergaram à revanche dos vencidos, perdendo, paulatinamente, espaços de poder.

Convalidando, por ação ou omissão, acusações falsas, meias verdades e distorções históricas, permitem o denegrimento da Instituição Militar e de seus integrantes, dando a transparecer, através de postura tíbia, acuada e acovardada, a existência de acentuado processo de autofagia, atingindo a liderança, a disciplina e a hierarquia, pilares básicos militares, com reflexos negativos sobre o moral da tropa e sobre a confiança, que a grande maioria da nação brasileira, ainda, deposita nas Forças Armadas.

Fatos isolados e recentes falam por si só : a retratação de nota do CCOMSex, no caso Herzog, por pressão do governo, contrariando todo um sentimento dos militares; as escamoteadas ordens do dia; sobre o 31 de Março; o desfile de revista das tropas, no 7 de setembro, com a mulher do Presidente, no lugar do Cmt em Chefe; o tratamento sindical, dado aos controladores militares de vôo, pelo Ministro da Defesa, desrespeitando a hierarquia militar e o Cmt da Força Aérea. São esses, respectivamente, pequenos exemplos, dentre outros, gritantes, de falta de firmeza, falta de seriedade com as tradições e liturgia militares, e infringência aos pilares básicos das Forças e que não encontram qualquer reação, por quem de direito.

A defesa do Cel Ustra, pela Instituição, é compromisso anterior do ex-Ministro Walter Pires, e, no mínimo, um reconhecimento, a todos aqueles que se sacrificaram, até mesmo com a própria vida, para que, hoje, pudéssemos, todos nós, desfrutar da liberdade vigente e da qual se aproveitam alguns, marxistas de ontem, revanchistas e ressentidos de hoje, para usufruir vantagens e se apresentar como mártires e injustiçados.

Assim, "Maria Amélia Teles, uma das que move a ação, a Amelinha, disse que a família resolveu não pedir indenização e que o motivo do processo é lutar para a consolidação da democracia no país". "Nós sempre lutamos pela democracia e queremos que seja consolidado o estado democrático de direito. Nós queremos a condenação moral". "Ela quer uma ação de efeito político, que vai trazer o reconhecimento de que um coronel do Exército, na época
major, era torturador." Ela, em verdade, quer a desmoralização da Instituição e dos militares.

É a mesma condenação "moral" pedida por Maria do Amparo Almeida de Araújo, ex-militante da ALN, hoje, presidente do famigerado Grupo Tortura Nunca Mais, de Pernambuco, que contribuiu para o "justiçamento" de Francisco Jacques Moreira de Alvarenga, pertencente à Resistência Armada Nacionalista, assassinado, por um comando da ALN, no colégio Veiga de Almeida, no Rio.

É mister enfatizar que esse processo se dá, também, sob os auspícios do governo, por meio do Secretário Nacional de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, que, apoiado por alguns setores mais radicais do PT, liderados pelo ex-ministro, cassado por corrupção, José Dirceu, pretende usar a condenação do Cel Ustra, para revogar a anistia e submeter, a julgamento, os militares, acusados de tortura nos anos pós-64. Vanucchi prega uma revisão da Lei de Anistia "desde que haja uma cobrança da sociedade". O advogado Lúcio França, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB e do Grupo Tortura Nunca Mais, aposta que o caso possa abrir jurisprudência, ou seja, tornar-se referência para processos semelhantes contra outros militares.

É preciso repetir, à exaustão, que todos os que foram presos ou mortos, pelas forças militares, estas, cumprindo ordens legais, apresentados, hoje, como heróis e defensores da democracia, não o teriam sido, se não estivessem lutando, de armas na mãos, integrando a guerrilha urbana ou rural, praticando assaltos, sabotagem, terrorismo seletivo e indiscriminado, assassinatos e "justiçamento" dos próprios comparsas ou, ainda, apoiando àqueles por formas variadas, colaborando para gestos tresloucados, geradores de inúmeras mortes. E, tudo isso, tendo, como fito, a tomada do poder, para aqui implantarem uma ditadura do proletariado, comunista, subordinada a estrangeiros.

As Forças Armadas não podem aceitar, estáticas, baseado em afirmações hipócritas, tribunal de inquisição, imposto pelos vencidos, aviltando a sua imagem, as suas tradições e os seus mais denodados integrantes.

Lembremo-nos de velho e sábio dito popular : "Quem muito se abaixa, o rabo
se lhe vê
".

(Gen. Marco Antonio Felício da Silva)

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