sexta-feira, 25 de maio de 2007

Realidade... ou não

(Historiador do cotidiano)

Começo a questionar a realidade. Ela não é tão física quanto tenho a sensação de tocá-la. Primeiramente que não vemos as coisas, vemos a luz que é refletida delas (ou emitida em caso de lâmpadas, televisores ou sol).

No MSN hoje tive uma conversa estranha... leia e me conte o que achou:

A pessoa me falou que "
a vida é assim mesmo; a vida só é vida porque é um conto de fatos, e não um conto de fadas"

Será?

- Já ouviu falar em RPG?
- É um jogo onde vocês criam uma situação e interpretam aquilo como se fosse realidade
- Certo... abstraia o aspecto "jogo", tire o G da sigla. Então o que você entenderia por RP?
- Realidade interpretada
- Realidade interpretada ou paralela?
- Paralela
- Porque a interpretação da realidade paralela é o fazer o RP, mas não é o RP
- ...
- Certo... Então temos pessoas com realidades reais imersas em universos paralelos, correto?
- Mas tem gente que fica doido com isso. Pelo menos fica sem noção. Conheço bem uns três que se esqueceram da própria realidade, para viver isso daí
- E o que é a própria realidade? (não responda, vamos voltar ao escopo principal): Certo... então temos pessoas com realidades reais imersas em universos paralelos, correto?
- Mas nem todo mundo vive isso de realidades paralelas
- Será?
- Então a vida também é um conto de fadas para jogadores de rpg? É isso que você quer me dizer? Eu não vivo essa imersão
- Não, o que quero provar é que a vida é um conto de fadas para todo mundo. Mas vamos devagar que o andor é de barro.
- Entendo o que você quer concluir: nossos planos e metas da vida
- Não exatamente. (...) Veja bem, você disse que nem todo mundo vive isso... Bem... Você já notou que bacana conversarmos ao vivo como agora? Olhando um no olho do outro e sentindo o vento frio da noite?
- (...)
- Ops, não estamos ao vivo! A minha realidade física não é a sua... Estamos trocando bits de cor através de vias expressas de eletromagnetismo
- Hum... concordo
- Então a realidade da nossa conversa é abstrata. Sendo abstrata, ela é paralela, não real
- Mas a conversa é real! E o contato é abstrato!
- Não. A sensação da conversa é real, a conversa em si não
- Você tem certeza que é de comunicação? Não de filosofia?
- Tenho, por isso questiono a própria comunicação. Mas vamos lá...
- Tudo bem, de forma não imaginada antes mas... admito que concordo com você
- Temos uma comunicação em um ambiente abstrato, mas estamos essencialmente inseridos na realidade paralela
- Hum... prossiga
- Então essa imersão em realidades paralelas (leia-se "RP" ) acontece com mais freqüência do que imaginamos, em tempo presente (...) (não em tempo futuro quando falamos em metas e planos)
- Ave Maria... quanta informação de uma só vez
- Então me diz o que você está achando da transformação em real do conceito de abstração da realidade que antes você imaginava só existir nos jogos?
- Interessante, mas como você conclui, até o presente instante?
- A minha conclusão é que temos um cisco no olho que não nos permite ver a realidade real: que vivemos imersos em realidades paralelas mais do que em reais


E pára por aqui. A continuação dessa conversa será publicada outro dia. Se você achou que a abstração foi longe demais agora, tem que ver a segunda parte.
rs rs rs

E aí? Começou a ver o RP com outros olhos?

3 comentários:

Anônimo disse...

realmente...
viajaram beeeemmm hein??
afff mtu dificil isso p qm tem raiz loira!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

BjO!

Cecilia Lec. disse...

Nossa, entao vc me bloqueou mesmo? Eu nunca vejo vc online...
Eu nao faco mais parte de sua realidade paralela, é? huhuhuhu!

Tschüss!

Cléber disse...

Concordo com vc, mas vou além...

Acho que provavelmente não existe a realidade real, uma vez que toda realidade é interpretada. Acho que cada pessoa é um universo em si (hey, eu n leio livros de auto ajuda...), quando digo isso, quero dizer que cada pessoa percebe a realidade de uma perspectiva única.

Mesmo quando nos comunicamos, nossa comunicação é algo solitária pois, o que dizemos é traduzido (ou interpretado) segundo a lógica do universo de nosso interlocutor e vice-versa. Portanto, fica mesmo difícil até dizer se existe de fato uma realidade real que fica maquiada por nossas perspectivas singulares. Por esse motivo, acho que vc está muito certo quando compara a vida com um rpg. O único probelama é que não dá pra parar de jogar... O que vc acha?

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