quarta-feira, 2 de maio de 2007

Reflexões sobre a televisão

(Historiador do cotidiano)

Ontem foi um dia bacana e emocionante para o blog: recebi duas visitas interessantes. A primeira, com seu "Espaço Zen" vem fazer uma reflexão sobre o cotidiano de forma desprendida das amarras do preconceito que cercam as pessoas mais velhas (assim pelo menos eu espero); e a segunda escreve sobre "Minha Melodia", a harmonia melodiosa da sua vida de forma suave e inteligente. Parabéns às duas.
:-)

O post de hoje é um "comentário" ao artigo "Forma, informa, deforma...":

"Adorei seu artigo.

Sua argumentação está muito interessante mas tem um erro fatal: faltou informar de onde são esses dados 98%/95%. Sei que não são pesquisas suas, então de onde você retirou essas informações? (lembre-se sempre de colocar as fontes, isso dá mais credibilidade ao texto e lhe isenta de responsabilidades quando existe algum dado errado).
:-)

Ah, se for de algum site, lembre-se de colocar dia e hora que acessou. Se for revista, número da revista e mês que foi publicada, etc.

Quanto à análise da informação:Gostei. De verdade. O texto tem aspectos interessantes e curiosos. Vamos a uma pequena reflexão: você sabe o que é necessário para ser dono de uma televisão aqui no Brasil? Requer que o Presidente do Brasil assine uma concessão presidencial. Você acredita que ele dará uma concessão de televisão a alguém que não seja da área política? É... eu também não.

O que temos a agradecer sobre a imprensa é aos militares. Em 1968 (ou foi 69), o Governo Militar editou uma Lei de Imprensa que concede liberdades inimagináveis. Se não fossem os militares, hoje teríamos uma imprensa censurada e incompetente (e ainda tem uns idiotas por aí que falam o inverso, que os militares é que estragaram tudo).

Voltemos à questão televisão. A televisão existe para entreter. Ela surgiu no Brasil em 1950 com a instalação da TV Tupi pelo grande jornalista Assis Chateaubriand.

Durante o Governo Militar, foi instituída a classificação etária (pornografia só depois de uma determinada hora, etc) e a exigência de ao menos 30% da programação ser exclusivamente jornalística.

(Foram também instituídas duas disciplinas no colégio: "Educação Moral e Cívica" e "OSPB" (organização social e política do Brasil) que eram disciplinas que levavam nossos alunos a entenderem como funciona nossa Nação e começarem a ter pensamento crítico. Com a subida dos civis ao governo em 1986, os civis acabaram com essas disciplinas porque para eles não interessava que a população fosse esclarecida, e sim que servissem de curral eleitoral)

Voltemos à questão da televisão: ela é - essencialmente - de entretenimento. Sendo assim você não pode cobrar informação de qualidade já que isso não faz parte dos planos das emissoras, à excessão das TV's Cultura (mantidas por universidade federais, normalmente mal pagas e com equipamentos defasados).

As emissoras contam ainda com uma grande vantagem: a imagem! O emprego das imagens é fascinante, é fantástico! Você não precisa imaginar como em um jornal ou via rádio... elas estão ali na sua cara, você não precisa nem racionar (...) é absurdamente fácil para uma mente mediana captar informações - ou melhor, absorvê-las - e repetir quase como papagaios.

Essa fascinação é amplificada por uma sociedade que convive com todos os sentidos mas que destaca mais a visão: você vê o que lhe cerca, inclusive o que houve, quando damos preferências à videoclipes do que às músicas, e por ai vai.

Esse poder de fascinação que é gerado pela "deusa dos raios azulados" é algo que prende, captura, amputa nosso raciocínio e nos transforma em audiência generalizada. Recomendo a leitura do texto "de Bonner para Homer" disponível no Observatório da Imprensa: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/

Acredito que ficou claro que o papel da televisão NÃO é o de educar, e sim de entreter.

É dever de cada um de nós cercar-se de informações e meios que nos possibilitem ver através das paredes tranlúcidas das informações midiáticas.

Você também tem o direito de escolha. O ato de "zapear" (referência às trocas de canais com a utilização de controles remotos) aumenta a possibilidade de irmos atrás de informações de qualidade. Mas... nós queremos? Outro dia na TV Cultura estava passando um concerto de música clássica, com a orquestra sinfônica brasileira. Eu quase não tive paciência de assistir pois, por mais que adore boa música, não temos educação ou treinamento para apreciarmos tal cultura. O zapeamento torna-se ainda menos eficiente quando dispõe-se apenas dos canais de televisão de sinal aberto.

Mas a questão fundamental é: a televisão é boa ou má?

Eu mesmo tenho programas favoritos. Adoro assistir o "The History Channel", adoro a série "Two and a half man", sou fã incondicional de "Mythbusters" e não perdia por nada seriados como "McGuyver" e "Alf - o e-teimoso".

Então, novamente lhe parabenizo pelo seu texto. Gostei mesmo. E minha sugestão para o seu próximo artigo é você refletir sobre o tema "Televisão: boa ou má?"
"

Abraços, e uma excelente quarta-feira a todos(as)!

Um comentário:

Carolina Neves disse...

Gostaria de agradecer por ler meus textos e elogiá-los. Adoro tudo o que você diz e suas críticas são muito bem vindas, elas só me fazem crescer e retificar erros. Li seu comentário após escrever os textos e por isso ainda não falei sobre a televisão, mas prometo abordar o tema.
Então, só tenho a agradecer por você estar sendo tão legal comigo dando essas dicas fantásticas..
A propósito, o artigo é muito bom (o que você me indicou)...Sempre que puder me passar artigos assim para que eu possa me aprimorar, eu vou agradecer.

Obrigada mesmo.

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