(Historiador do cotidiano)
Acabei de voltar do cinema. Fui assistir ao "documentário" Borat. Eu realmente ri até não poder mais. O comediante inglês Sasha Cohen tem esse personagem - Borat, um repórter do Cazaquistão - e o tal Borat é enviado aos Estado Unidos para aprender sobre a cultura local.
Na realidade, o que o filme mostra não é exatamente ele aprendendo, mas ele escrachando a cultura estadunidense. A questão dos carros-imãs, as convenções, o texano de Dallas dizendo que adoraria matar uns árabes, ele cantando o suposto hino do Cazaquistão no meio de um rodeio, a tentativa de casamento com Pâmela Anderson, o encontro com uns garotos de uma fraternidade universitária, a compra do carro, o cãozinho de estimação (um urso), ele andando com uma galinha na mala, a crítica às regras de etiqueta, a diferença cultural entre o contato (no caso os dois beijos da cultura russa, quando homens se conhecem) e o não-contato (o estadunidense padrão não aceita ser tocado), sátira com um culto evangélico, sátira com um congressista sobre a questão do queijo, participação na parada gay de Nova Iorque, sátira com ex-candidato afro-estadunidense à presidência, o cara sem vender armas a ele porque parece árabe... e por ai vai.
A única cena que não gostei é quando ele briga com o produtor dele, que os dois de atacam nus, no quarto. Mas depois disso, eles correndo pelados no hotel, que entram no elevador cheio de gente, é engraçado demais o constrangimento das pessoas no elevador.
Exceto essa porcaria de cena, no conjunto da obra o filme vale a pena. Eu recomendo!
Ele é uma crítica à nossa hipocrisia social disfarçada de cultura apreendida, já que alguns elementos do que chamamos "cultura brasileira" foram deliberadamente importados da porcaria da cultura estadunidense, tornando nossa população um pouco americanalhados.
(mas para deixar bem claro, apesar dessa lúcida análise, eu NÃO sou de esquerda, eu NÃO simpatizo com a esquerda, e eu NÃO gosto de esquerdistas)
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