segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

En: DOIS UBIRATANS E UM MENINO

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Data: Fri, 9 Feb 2007 09:44:11 -0800 (PST)
Assunto: DOIS UBIRATANS E UM MENINO

DOIS UBIRATANS E UM MENINO

Edvaldo Silva de Almeida Júnior

A polícia carioca prendeu ontem o Sargento Ubiratan. Segundo dizem, ele participa de uma milícia que combate o narcotráfico, e é acusado de trocar tiros com os traficantes na semana passada.
Engraçada a polícia carioca. Não só não combate os traficantes, como também prende quem os combate. Dá até para pensar que ela existe para proteger os traficantes, não para proteger os cidadãos decentes. Lembro inclusive de, tempos atrás, ter assistido a uma entrevista de um Comandante da PM carioca no Programa do Jô. Segundo ele a polícia não subia nos morros para prender os traficantes porque lá não havia segurança. Um verdadeiro primor da retórica essa frase, pois é justamente a polícia que deveria estar lá para dar segurança.
Esse caso absurdo do Sargento Ubiratan me fez pensar no quanto a sociedade brasileira é discriminadora e estratificada. Em São Paulo o Coronel Ubiratan, comandante responsável pelo "Massacre do Carandiru", apesar de condenado a mais de um século de prisão, morreu livre, tranqüilamente assassinado pela sua namorada dentro do seu apartamento.
Enquanto isso, o Sargento Ubiratan está preso. Nem sequer foi condenado, mas está preso. É essa a diferença entre ser um coronel e ser um sargento. Mais do que uma questão entre divisas e platinas, é uma questão de como se é tratado pela sociedade. Um coronel que comanda a morte de cento e onze criminosos fica livre. Um sargento que atira contra criminosos é preso.
Não pensem que estou aqui condenando o Coronel Ubiratan ou defendendo o Sargento Ubiratan. Ambos prestaram inestimável serviço à sociedade e ambos deveriam ser condecorados por suas ações. O Coronel Ubiratan eliminou do seio de nossa sociedade cento e onze marginais perigosos. O Carandiru não era uma colônia de férias. Ninguém estava ali à passeio ou por turismo. Quem estava ali tinha muito a pagar e acabou pagando. Quanto ao Sargento Ubiratan, ele devia ser condecorado. É um PM do Rio de Janeiro que estava cumprido seu papel, combatendo os narcotraficantes. Criminosos são os membros dessa corporação que se recusam a fazer o mesmo.
Mas agora você olha para o título e se pergunta: Já vi os dois Ubiratans, mas onde está o menino?
E eu respondo: enterrado!
O menino de quem falo, foi arrastado por sete quilômetros preso a um automóvel em alta velocidade, porque três marginais resolveram roubar o veículo de sua mãe para trocar por drogas nos morros. Trocar com os mesmos traficantes, talvez, que o Sargento Ubiratan tentou matar semana passada.
O menino não será mais visto. Como não serão mais vistos, ainda, muitos de nossos jovens. Serão assassinados, tornar-se-ão viciados ou ficarão presos dentro de suas casas e apartamentos, com medo do mundo de fora.
O menino é agora muito mais do que um menino. É um símbolo da sociedade podre e cruel que criamos para nós. É um símbolo do descaso e da impunidade. É um símbolo de uma lei corrupta, que protege os criminosos e ignora os cidadãos decentes.
Esperemos que o símbolo também não morra, sufocado pelo belo carnaval carioca ou por outros escândalos escabrosos, que são uma constante no nosso país. Esperemos também que os exemplos do Sargento Ubiratan e do Coronel Ubiratan não sejam esquecidos, e que muitos outros resolvam imitá-los.
Acredito firmemente que há mais cidadãos decentes do que bandidos em nosso país, com a provável exceção do Congresso Nacional. Se para cada bandido morto tiver que tombar um cidadão decente, ainda estaremos no lucro. Acabarão primeiro os bandidos. Por outro lado, hoje só tombam os cidadãos. E as nossas crianças.
Quando você estiver para pensar nos "direitos humanos" dos bandidos, pense na dor daquele menino de seis anos. Se ainda assim você sentir pena dos bandidos, espero sinceramente que o próximo seja você.
Viva os Ubiratans! E bala nos bandidos, pessoal!

7 comentários:

Anônimo disse...

Perdão!Hoje estou atrasada e não deu pra te ler. Hoje é o primeiro dia de aula, estou com frio na barrriga.
Bom depois eu passo com mais calma.
beijos.

Tati... disse...

Olá! Finalmente eu aqui,heheh!
Infelizmente é a realidade q temos hoje no nosso país.Apesar de concordar com vc em grande parte do assunto,tenho comigo o pensamento de q se condecoramos um ser humano q lidera um massacre de 111 outros seres "humanos",se assim posso dizer, estamos concordando com a violência,só q de uma forma diferente.Trocar tiros com marginais pode não ser a coisa mais correta a fazer,porém nem se compara uma execução (como a do Carandiru),no entanto não deixa de ser violência.Já pensou q na mesma favela onde estão os marginais,existem famílias de bem? A polícia está para dar segurança,não para espalhar terror.
Mas cada um tem seu ponto de vista.
Perdoe-me o testamento.
Até logo.
Um abraço

Anônimo disse...

Bom dia!
Ontem foi tranquilo, e fiquei muito aliviada na minha sala tinha pessoas mais velhas, é melhor para estudar. Tenha uma ótima terça, beijos.

Anônimo disse...

Bom dia!
Está sumido!
Estou passando para te desejar uma ótima quarta.
Beijos.

Anônimo disse...

Na minha juventude fui um pacifista. Achava que com bons métodos poderíamos reeducar essas pessoas "do mal" e traze-las para "o lado luminoso da Força".

Não creio mais nisso. Creio apenas na Pena de Talião: Olho por olho, dente por dente.

Anônimo disse...

A polícia está atrás de você, Edvaldo. Todos sabem já quem você é.

Tati... disse...

Valeu pela ajuda.Mais tarde eu volto pra ver se vc atualizou.BjinhOh!

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