sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Formatura ontem

(Historiador do cotidiano)

Ontem fui a colação de grau dos formandos em direito. Colação de grau por si só já é uma xaropada grande, quando é dessas pessoas que ACHAM que dominam a retórica, a coisa descamba para encheção de saco.

Ainda bem que a pessoa que eu conheço, que se formou lá, não tem essas frescuras todas.

Quando da chegada ao local, estava entupido carros. Tinha uma ruma. Estacionar foi complicado. Na entrada do local, uma ruma de pessoas em pé... "vixi, não vai ter onde sentar" me preocupei... por minha mente passaram uns flashes imaginando mais de duas horas sem sentar... mas era apenas aglomerado normal de pessoas.

A cerimônia começa, ritos normais, etc etc etc... vejo pelo canto do olho alguém com aquelas buzinas móveis - tipo de caminhão mas que fica numa latinha - mas... que... êpa! São dois ou três! Imagino que vai haver barulho - grande - quando algum formando for chamado pelo nome. É esperar para ver.

O orador sobre ao púpito. Eu já vi gente tentar falar enrolado, usar termos específicos e torrar a paciência, mas... aquele orador de ontem estava chato demais. Mas pelo menos era sarcástico: ele citada termos específicos e acanalhava por causa do uso da pomposidade jurista empregada. Depois de muitas folhas viradas, o cara olha para os fomandos e fala mais de um minuto exclusivamente em latim. Aos que por ventura vierem perguntar: não, não entedi bulhufas do que o sujeito falou em latim. Eitum formaturum chatum.

Mal sabia eu que o pior estava por vir. O professor que foi homenageado da turma subiu ao púpito e, dessa vez, não usou sarcasticamente a retórica apreendida durante o curso, mas usou aquela estúpida pedância dos arrogantes e prepotentes que chega a enervar qualquer ser-humano que entenda um pouco mais de relações humanas do que fofocar da vida alheia.

Uma cerimoniazinha que poderia ter acontecido em quarenta minutos e todo mundo ido para suas casas felizes, durou cerca de duas horas e trinta minutos! Pode?

Enquanto historiador do cotidiano, diariamente nos martelam à mente que - por mais que conheçamos termos técnicos e específicos (desde sermos "gatekeepers" até fazer "pans" com as câmeras) - nosso objetivo de vida é, em essência, traduzirmos para a sociedade o que ela precisa saber. Se um médico, quando entrevistado, diz que suturou, escrevemos que ele costurou alguém. Se o economista vem com "economês" e diz que a bolsa (de valores) caiu, nós temos que correr atrás dos efeitos colaterais sociais e explicar aquilo, transformando - ou melhor, traduzindo - de linguagem técnica à língua do cidadão comum, que precisa daquela informação tanto quanto o sujeito especializado que foi entrevistado, mas que tem bem menos tempo disponível para perder na tentativa de compreender uma reportagem.

Se não fosse em respeito a pessoa que eu conheço que estava se formando ontem, eu teria me levantado e ido embora logo depois que cantaram o Hino Nacional.

A diversão da noite, serviu para distrair daquela xaropada, foi uma troca de mensagens bem peculiares entre celulares! rs rs rs

Balanço final? Valeu a pena. Cumprimentei a pessoa que estava se formando, recebi mensagens agradáveis e arrumei assunto para postar aqui no blog!

Um comentário:

Anônimo disse...

Oee..
se não fosse tão chata essas formaturas eu poderia dizer que seria até cômica...
haushuahs..
Gostei da tua colocação sobre os termos usados...

Te adoro

Bjooons

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