domingo, 20 de maio de 2007

Sobre relacionamentos

(Historiador do cotidiano)

Fragmento extraído de e-mail que acabei de enviar:

Essa questão do gostar de alguém é complicada. As mulheres insistem muito em discussões de relacionamento (DR's), que é uma coisa que nós homens corremos fora.

Ando lendo sobre filosofia e a teoria libertina tem me fascinado: ela estuda que não é o amor que leva ao contato físico e sim ao contrário. Ou seja, quando estamos bem fazemos amor, mas quando não estamos, não fazemos. Esse não fazer gera um distanciamento maior, que é agravado com as brigas, que por sua vez geram mais distanciamento... e então cai-se num ciclo vicioso que, inevitavelmente, culminará no desgaste e conseqüente término da relação.

Talvez se as pessoas tentassem o caminho inverso, fossem mais felizes: homens gostam do contato físico, não de discutir relacionamento. Eles podem amar como for as mulheres, fazerem tudo para elas e não questionarem nada. Mas mesmo assim, TODOS OS HOMENS DETESTAM DISCUTIR RELACIONAMENTO. Odeiam mesmo. Eles fogem das DR's como o coisa ruim foge da Cruz. Um homem pode amar uma mulher o máximo que for possível, mas se ela insistir em DRs ele vai acabar o namoro. Ele prefere ficar só do que discutir relacionamento. Falo isso embasado nas conversas com todos os homens que conheço.

Então as mulheres não podem vir com chorumelas dizendo que fazem a parte delas. Não fazem. Chegam nem perto. A maior parte das mulheres entra em namoros já com o pé esquerdo, porque:
1. Esperam que o cara reconquiste elas todos os dias; mas não faz nada para conquistá-los
2. Esperam mil surpresas; mas não fazem nenhuma
3. Esperam que o homem as defendam emocionalmente; quando na realidade elas que deveriam ser fortes
4. Submetem suas emoções à fatores até como se vai chover; enquanto nenhum homem gosta de ser "muleta emocional"
5. Acreditam que ficar falando sobre relacionamento vai melhorar ele; enquanto os homens compreendem que não existe uma entidade física chamada relacionamento

Dentre outros pontos que prefiro não mencionar.

Esse quinto ponto é importantíssimo: as mulheres lidam com relacionamentos como se fossem seres vivos, entidades físicas. Não são. Os homens consideram que as pessoas namoram, e estão juntas, porque ambas são pessoas de bem com a vida que quando estão juntos se divertem, riem, brincam, conversam muito. Então o namoro é estar ao lado de uma pessoa feliz. Se aquela pessoa do seu lado vive triste, os homens se sentem muletas emocionais tendo que ouvir por horas a fio alguém resmungar do seu lado, e depois vem dizer que tem que botar para fora o que pensa senão vai ficar ruim o relacionamento; quando é exatamente o contrário: estamos juntos porque gostamos de estarmos juntos nos momentos felizes.

Recomendo que vocês leiam dois textos do meu blog:
http://historiadordocotidiano.blogspot.com/2007/01/medo-de-perder.html - Sobre o medo de perder, escrito pelo psicólogo Antônio Roberto Soares, e;
http://historiadordocotidiano.blogspot.com/2006/12/sobre-postura-das-mulheres-na.html - onde analiso o que penso sobre o comportamento das mulheres

EDIÇÃO DO ARTIGO: Abaixo segue a resposta que recebi, envolvendo o aspecto acima comentado.

Oie,

Gostei muito de tuas palavras, mas acho que tem um pouco de preconceito. Não acho que as mulheres gostam de DR's, acho que elas procuram organizar mais o que está saindo do trilho e às vezes cometem excessos, levando assim a muitas discussões. Na minha experiência profissional de psicóloga tenho visto muitos homens procurando ajuda porque estão justamente sentindo falta de discutir suas relações e acabam fantasiando que suas companheiras não estão mais os amando ou estão tendo um caso.

O que percebo é que depende muito da personalidade de cada um e do encontro do casal (nota do blogueiro: encontro em termos de quantidade e qualidade). Isso é que determina se eles são mais ou menos questionadores no relacionamento.


EDIÇÃO DO ARTIGO: E agora a resposta que enviei.

Olá,

Sei que existem homens que até não pensam como eu - viva a diversidade! - mas não são maioria.

(...)

Eu tento seguir uma cultura de não-questionamento. É quase um pensamento estóico ao afirmar que a felicidade se encontra na não-felicidade, ou seja, a abstração do conceito de felicidade. Pense na questão de andar: nós simplesmente andamos, não paramos para buscar o conceito de como é andar. Diz a lenda que se você perguntar a uma centopéia como ela consegue andar com tantas pernas, ela não vai mais conseguir andar porque vai se concentrar no conceito de andar. O andar é dificílimo (por isso que a robótica hoje em dia não fez ainda - em larga escala e com eficiência - robôs humanóides, como aqueles dos filmes "Blade Runner", "Eu, robô" ou mesmo o simpático C-3PO de "Guerra nas estrelas"), mas nós andamos porque não nos concentramos no conceito de andar, simplesmente andamos!

Análogamente, se buscamos a felicidade, dividimos nossos pensamentos em duas vias: na felicidade e na busca dela. Se trabalharmos com a não-felicidade (ou seja, com a quebra do conceito da busca da felicidade) eliminaremos a busca pela felicidade e seremos apenas felizes!

Simples né? Mas muita gente não consegue perceber isso.

Dizem que a verdade nos libertará. Se a verdade é o destino e a liberdade a conseqüência, eu acredito que a filosofia é o caminho.
:-)

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