domingo, 5 de agosto de 2007

Debate: toda mulher quer ser puta?

(Historiador do cotidiano)


Existe uma coisa fascinante na comunicação humana, chamada "orkut". Sério mesmo, apesar de todos os males relacionados a ele, é um espaço pseudo-democrático de debates.

Uma comunidade que eu gosto muito se chama "Filosofia para não-filósofos", que você pode entrar através desse link:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=64968

Uma coisa que eu realmente adoro da comunidade são os debates desprovidos de preconceitos [na maioria das vezes] que nos levam à reflexões não antes plausíveis por estarmos sempre amarrados demais ao nosso próprio mundo umbigal.

Particularmente chamo atenção a um tópico criado pela "prof. Carla" (inclusive no perfil dela tem um vídeo muito interessante), o debate "Toda mulher quer ser puta", que pode ser acessado neste link:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=64968&tid=2547421931638903808&start=1

Na abertura do debate, a Carla dá a entender que "puta" que ela se refere é a mulher livre de preconceitos sociais (não é aquela mulher que vende o próprio corpo). Vamos desprezar algumas respostas dos homens e pegar respostas das mulheres para analisar, afinal elas que estão diretamente no cerne do debate.

Primeiro vem uma Suely (mulher mais velha, já com faculdade concluída e bem vivida) afirmar que "toda mulher é uma puta a não ser as que não pretendem ter um homem"; mais adiante a Paula (adolescente de colégio, que não se decidiu ainda sequer em qual faculdade vai entrar) reclamar da generalização; a Rose desabafa que "gostaria de ter vários homens em um homem só" (e não seria isso que nós homens também esperamos das mulheres?); a Janaína começa com uma conceituação aparentemente preconceituosa, mas deixa claro que toda mulher quer ter liberdade dentro de quatro paredes, ser uma "mulher inteira, mulher de verdade"; a Nany demonstra uma conceituação totalmente preconceituosa ao demonstrar que não conseguiu compreender os argumentos de suas antecessoras e de abordar o tema da igualdade feminina que NÃO é o que está em debate (e sobre isso tenho um sério questionamento: todas as mulheres querem ter os mesmos direitos que os homens, tudo bem, eu concordo; mas apesar de assumir os mesmos direitos, elas não querem assumir as mesmas responsabilidades. Isso já é contraditório e depreciativo)...

Mas o argumento que mais chamou a minha atenção foi o da Suely o qual transcrevo na íntegra:
"Qual a diferença da mulher que...
Troca o corpo por dinheiro para uma mulher que troca o corpo por um casamento, a posição social que esse casamento vai dar, a certeza de um investimento numa pensão caso haja uma separação e outras formas de prostituição "legalizadas"?

Quase nenhuma não é?
Mas como não posso generalizar tenho que analisar outras formas de como a mulher quer ser puta que não sejam essas formas "legalizadas", eu entendi que a dona do tópico, quando disse que toda mulher quer ser puta, estava se referindo à mulher que quer ser a amante completa e ideal para o seu homem fazendo inclusive coisas que muitos homens casados têm que pagar para uma prostituta fazer porque suas esposas puritanas, "as prostitutas legalizadas" acham indecente fazer, como por exemplo, sexo oral, sexo anal, passar leite condensado no pênis do marido e lamber todinho, 69 e outras sacanagens que todos os homens gostam mas as senhoras decentes se recusam a aceitar porque são "coisas de putas"."

Choca um pouco a posição da Suely, não concordam? Eu concordo. Mas eu também concordo 100% com ela.

O que importa aqui, mais até que o debate sobre a liberdade da mulher, é a liberdade do pensamento. As mulheres costumam se auto-engaiolarem em idéias pre-concebidas anteriormente.

Há cerca de 90 anos, uma jovem chamada Mary Phelps Jacobs inventou o sutiã, que nasceu como gesto de rebeldia contra os espartilhos. Nesse mesmo intuito de quebra de paradigmas, na década de 60 as mulheres queimaram sutiãs em praça pública.

E você, minha querida leitora, por que continua com seu sutiã psico-emocional?

Na minha memória ressoa uma frase que ouvi há alguns anos... "mente é igual a paraquedas: só funciona aberta".

E você, minha querida leitora, já queimou seu sutiã hoje?

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