Extraído de: http://www.omelete.com.br/game/100015261/Warhammer_Online___Comecou_a_guerra_e_o_Omelete_apanha_suas_armas.aspx
Warhammer Online - Começou a guerra e o Omelete apanha suas armas
RPG online chegou ao Brasil e passamos algumas horas mergulhados nesse universo
21/09/2008Érico Borgo
Pela primeira vez um grande MMORPG (jogo online para multidões) ocidental chega ao Brasil oficialmente e passei o fim de semana internado, conferindo se valeu a expectativa de três anos por Warhammer Online: Age of Reckoning.
Depois de uma instalação que levou quase duas horas (o programa instalador sozinho tem 10gb de tamanho, fora os arquivos de atualização que tiveram que ser baixados e instalados) e de um registro do site da Mythic Entertainment, finalmente pude começar.
Quando joguei Warhammer Online na Comic-Con já peguei o personagem pronto, portanto nunca havia passado pelo sistema de criação de personagens e os primeiros passos do game. Assim, fiquei um pouco decepcionado pela pouca variedade de opções de personalização. Cada atributo físico (rosto, cabelo, barba, pele...) não tem mais que dez possibilidades e não incluem altura e peso. Mesmo assim pudemos criar um Magus, feiticeiro caótico, bastante invocado e distinto - e a variedade de personagens no mundo de Warhammer pareceu satisfatória dentro do game. Encontrei dezenas de outros Magus mas nenhum se confundia fisicamente com meu personagem, carinhosamente batizado Omeletus.
Entre as forças do bem (Ordem) e do mal (Destruição), que competem pelo controle do mundo inteiro, há seis raças disponíveis: Anões, Império (humanos), Altos-Elfos, Peles-Verde (orcs e goblins), Caos (mutantes) e Elfos Escuros. Cada uma tem três ou quatro especialidades, basicamente seguindo o velho estilo dos RPGs, como soldado, furtivo ou mago, com uma ou outra novidade, como os Engenheiros anões ou os Pastores goblins.
Já dentro do mundo e da interface de controle, a primeira impressão foi a de que eu estava perdido. Pudera... há uma dezena de botões na tela que abrem outros dez cada um. O jeito foi não esquentar a cabeça e começar a jogatina no modo "vamos quebrar tudo". Com o tempo, conforme aquelas teclas foram sendo necessárias, o significado e os conceitos criados para o game foram fazendo sentido - e seu intrincado potencial estratégico se desdobrando. De qualquer maneira, Warhammer Online tem uma curva de aprendizado de algumas horas.
Antes de ser lançado, algumas pessoas questionavam a necessidade de Warhammer Online, tratando-o como um clone de World of Warcraft, o absurdamente popular MMORPG da Blizzard. Isso é um tanto injusto, já que o universo Warhammer - nascido nos tabuleiros e RPGs convencionais - é extremamente rico e criativo e tem mais tempo de existência que o de WoW.
Visualmente eles podem até ser parecidos, mas as reais intenções da Mythic escancaram-se logo nas primeiras horas de jogo. O foco é nos embates entre jogadores, o chamado "player versus player" e não no jogador contra o ambiente. A desenvolvedora levou tal idéia ao extremo criando o "Reino contra Reino", em que os jogadores da Ordem e Destruição enfrentam-se em campos especificamente desenhados para esse fim e cada batalha altera o equilíbrio de poder e a ocupação do espaço do servidor. A sensação de que você faz parte de algo maior surge quase que imediatamente e esse é o grande diferencial de Warhammer Online.
Logo de início fiquei surpreso também com a quantidade de missões possíveis. Cada povoado ou acampamento tem dezenas delas - e conforme os jogadores as realizam, além de ganharem seus tradicionais pontos de experiência dos RPGs, colaboram com seu exército no esforço de guerra.
Os pontos de experiência, aliás, não são apenas obtidos matando-se criaturas e jogadores oponentes. Há a experiência que vem com as descobertas geográficas ou históricas do mundo de Warhammer. Descubra uma nova localidade e ganhe pontos. Clique sobre uma formação esquisita e aprenda sobre uma lenda. Converse e conheça pessoas influentes ou raças inéditas e também avance seu personagem. O jogo fica assim muito mais interessante, já que é necessário prestar muito mais atenção aos arredores.
Todas as conquistas, encontros e histórias acumuladas são devidamente registradas automaticamente no "Tomo do Conhecimento", um livrão que é entregue em branco no nascimento do personagem. Ao longo das batalhas ele vai sendo preenchido, contando toda a história do universo e do personagem. A interface é simplesmente perfeita. Parece até estranho escrever isso, mas virar as páginas ouvindo o farfalhar delas dá uma sensação quase tátil.
Há também a bem-vinda inovação das "missões públicas", praticamente impossíveis de serem resolvidas por uma pessoa sozinha. É que elas têm tempo limitado e vários objetivos a serem cumpridos, chamados de "Capítulos", com uma pequena apresentação narrada. Felizmente, mesmo que você não seja parte de um grupo ou guilda, há sempre gente ocupando esses espaços, que você pode auxiliar. O próprio game calcula quem trabalhou mais e dá prêmios de acordo com a participação de cada um. Tais missões são extremamente divertidas e são encontradas por todos os cantos.
Participar das missões públicas ou dos embates de RvsR é algo que fica totalmente a critério do jogador. Quem quiser jogar Warhammer como um MMO convencional, pode. Mas quem auxilia suas forças aliadas na guerra pode ganhar prêmios empolgantes, além de receber "pontos de renome" que rendem novas habilidades e títulos.
Pela quantidade de opções, o game deve tornar-se em pouco tempo um divisor de águas do gênero. É simplesmente tão vasto que não há como fica entediado. E nem comecei ainda a andar em bandos ou formar Guildas, o que abre um leque ainda maior de coisas para fazer. Afinal, quem não quer ter seu próprio castelo e defendê-lo das hostes execráveis do adversário? Ou invadir cidades inimigas e saqueá-las sem dó? Pequenos prazeres de uma idade média fantástica que você pode ter no conforto de sua casa...
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