Extraído de: http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2009/5/carlos_lessa_o_petroleo_e_nosso_12351.html
O petróleo é nosso !
(Carlos Lessa é professor e economista)
A valorização do petróleo é inexorável. A melhor aplicação possível para os países é manter suar reservas no fundo da terra. Acredito que o cenário dos combustíveis não renováveis é extremamente favorável ao Brasil.
Mas a geopolítica do petróleo é complicada. Ter muito petróleo pode ser lido não como enorme potencialidade ou enorme ameaça. Embora sempre tenham exportado petróleo para os Estados Unidos, Venezuela e Irã são considerados ameaças para a segurança, isso porque eles têm petróleo.
As reservas da América do Sul - que são basicamente venezuelanas (80 bilhões de barris), brasileiras (12 bilhões) e argentinas (2,0 bilhões) – chegam a ser quase o dobro das conhecidas no México, Canadá e Estados Unidos. Mas, somando todas essas reservas das Américas, não se chega à metade do consumo norte-americano.
Pode-se dizer que, sem petróleo, o “quintal” dos Estados Unidos não serve para nada, o que explica que, historicamente, a América do Sul tenha perdido importância na geopolítica mundial. Na hora em que surge um megacampo de petróleo na região, ressurge a quarta frota americana e não é boa a ideia de ser quintal vital dos Estados Unidos. Aliás, não á nada bom ser quintal dos Estados Unidos.
Objetivamente, o padrão de vida americano está na dependência de suas projeções nas áreas que tem petróleo no mundo. Caso se confirmem todas as expectativas em relação ao pré-sal, o petróleo estará colocado em primeiro plano no cenário energético brasileiro. E ter muito petróleo pode ser lido como uma enorme potencialidade, mas também como uma constante ameaça.
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