(Historiador do cotidiano)
Alma presa
Hoje, durante minha caminhada, comecei a refletir sobre meu presente e meu passado recente.
Há alguns meses atrás trabalhava em um escritório, oito horas por dia, e depois ia para a faculdade. Era bacana passar o dia na rua, em atividades, mas tinha um porém: eu me sentia uma alma presa!
Existem pessoas que nasceram para serviços burocráticos, outras que amam sentar suas bundas em cadeiras pseudo-confortáveis durante oito ou mais horas todo dia... mas eu sou alguém que gosta do lado operacional.
Gosto de tarefas que exijam raciocínio rápido, percepção e conhecimento de mundo. Não gosto de colar meu bumbum em cadeiras por mais do que dezenas de minutos. Não gosto de preencher relatórios, quem dirá de digitar bobeiras. Uma das coisas que realmente gosto de fazer no computador é atualizar meu blog querido que recebe as tão queridas e estimadas visitas de vocês, meus/minhas leitores(as)!
:-)
Lembro-me de assistir uma entrevista com Phil Zimmerman. O cara é programador e desenvolveu o PGP (Pretty good privacy - privacidade muito boa) que é um programa de computador que trabalha o princípio da cripitografia de chave dupla que... bem... o que importa é que ele dizia que as pessoas são promovidas até seu nível de incompetência. Ele citava do exemplo dele mesmo: era um excelente engenheiro de software, foi promovido e virou um bom gerente de software e, novamente promovido, chegou a chefe do setor de tecnologia (algo assim). Mas enquanto era um excelente engenheiro, foi um gerente bom, mas era um chefe comum, sem nada que o diferencia-se muito dos demais. Como ele não era extremamente bom em algo (ou seja, chegou no seu nível de incompetência) não foi mais promovido - pelo menos até aquela época da entrevista.
Eu não pretendo ser promovido até meu nível de incompetência, ou melhor, ser promovido (muitas vezes) significa sair da área operacional e ir para a burocrática - que para mim seria algo como o fim da parte boa e divertida de se trabalhar.
Não trabalho mais em escritório durante oito horas, trabalho menos (e ganho menos) mas pelo menos estou em algo mais dinâmico.
As paredes dos escritórios me soam como prisões para minha alma.
Seriam também para a sua?
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