sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Um pouco da história do cinema

(Historiador do cotidiano)

Serguei Eisenstein
O pioneiro na montagem de cenas na cinematrografia

INTRODUÇÃO

Com o cineasta russo Serguei Eisenstein - na década de 1920 - o cinema ganha contornos de arma de propaganda política, através de experiências de vanguarda para criar e aperfeiçoar a linguagem cinematográfica.

Serguei Eisentein (1894 - 1948), russo, produziu e dirigiu filmes como "A greve" (1924), "Encouraçado Potemkin" (1925) e "Outubro" (1928).

Destacando-se no cenário internacional, Eisenstein foi citado no índice cinematográfico estadunidense - publicado em 1941 - que o colocou como uma das quatro figuras mais representativas da história do cinema mundial: Charles Chaplin, D. W. Griffith, Mary Pickford e Serguei Eisenstein.

Ele teve, entre outros, o mérito de sistematizar os princípios da estética no cinema político principalmente na fase de montagem, na qual fica clara a intervenção do diretor.

O cineasta inovou também ao assumir diretamente as três fases da cinematografia: elaboração do roteiro, produção e montagem. Tal vanguardismo concedeu a Eisenstein o título de "O ditador", por sua capacidade de dar direcionamento às emoções da audiência em seus mínimos detalhes.

O CINEMA

O cinema, abreviação de cinematógrafo, é a técnica de projetar fotogramas (quadros) de forma rápida e sucessiva para criar a impressão de movimento ("kino" em grego significa movimento e "grafos" escrever ou gravar), bem como a arte de se produzir obras estéticas, narrativas ou não, com esta técnica. Como explica o texto da wikipédia[2]:

O Cinema é possível graças à invenção do cinematógrafo
pelos Irmãos Lumière no final do século XIX. A 28 de
dezembro de 1895, no subterrâneo do Grand Café, em Paris,
eles realizaram a primeira exibição pública e paga de cinema:
uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos
cada, já que os rolos de película tinham 15 metros de
comprimento. Os filmes até hoje mais conhecidos desta primeira
sessão chamavam-se "A saída dos operários da Fábrica Lumière"
e "A chegada do trem à Estação Ciotat", cujos títulos exprimem
bem o conteúdo. Apesar de também existirem registros de
projeções um pouco anteriores a outros inventores (como os
irmãos Skladanowski na Alemanha), a sessão dos Lumiére é
aceita pela maciça maioria da literatura cinematográfica como
o marco inicial da nova arte. O cinema expandiu-se, a partir de
então, por toda a França, Europa e Estados Unidos, através
de cinegrafistas enviados pelos irmãos Lumière, para captar
imagens de vários países.

Após o surgimento do cinema começa a busca pela identidade e pela técnica ideal de montagem[3] e pela linguagem, pois até aproximadamente 1915 o cinema apresentava cenas desconexas, sem histórias lineares[4].

Com a reunião das imagens e montagem das cenas, em técnica desenvolvida pelo cineasta estadunidense D. W. Griffith nas obras “Nascimento de uma nação” (1915) e “Intolerância” (1916), fica estabelecido o fim do cinema primitivo e a introdução da seqüência narrativa complexa como linguagem cinematográfica[5], essencialmente o vanguardismo na área do folhetim do século XIX[6].

Logo após a Revolução de 1917, o novo governo bolchevique deu grande incentivo às produções cinematográficas por considerá-las peças estratégicas para propaganda ideológica. Assim, obras que exaltassem a força e o heroísmo do povo russo eram estimuladas, financiadas e amplamente distribuídas pelo Estado[7].

São dessa época as obras-primas de Eisenstein: "Encouraçado Potiomkin" (não Potemkin), "Outubro", "Aleksandr Névski" (ou Alexander Nevsky), "Greve" e "Viva México!"[8].

O desenvolvimento da teoria da montagem - para aglomerado de imagens produzidas em diversos planos - é creditado ao russo Serguei Eisenstein para quem de duas imagens sempre nasce uma terceira significação[9]. Com isso,a estrutura do pensamento cinematográfico passou a ser dividida em três fases: a tese, a antítese e a síntese. Mas apesar de estar comprometido com várias teorias, o cineasta não foi o tipo de pensador que abraça uma única idéia[10].
Serguei Eisenstein


Serguei Mikhailovitch Eisenstein (russo: Сергей Михайлович Эйзенштейн, transliteração Sergej Michajlovič Ejzenštejn) nasceu em 23 de janeiro de 1898 na cidade russa de Riga e faleceu em 11 de fevereiro de 1948, na capital Moscou[11].

Eisenstein estudou engenharia mecânica e, durante o curso, envolveu-se no círculo artístico de Moscou através do movimento conhecido como “construtivismo”[12], conforme explica a wikipédia
[13]:

Nas história da arte, design gráfico,
desenho industrial e da arquitetura,
o Construtivismo foi um movimento
estético ocorrido na Rússia de 1914
que pregava uma arte pura
influenciada pela indústria.

Filho de um engenheiro descendente de judeus alemães e de uma russa, Eisenstein teve constantes atritos com o regime de Josef Stalin, devido à sua visão do comunismo e à sua defesa da liberdade de expressão artística e da independência dos artistas em relação aos governantes, posição que era perseguida num país no qual a indústria cinematográfica sofria com a falta de recursos para se nacionalizar[14].

O que incomodava-o nos filmes que assistia era a ineficiência pois o cineasta, achava Eisenstein, estava à mercê dos acontecimentos que filmava, mesmo quando interpretados[15].

A grande magia do cinema mudo era a reflexão teórica, repleta de metáforas e símbolos, com maior quantidade de elementos épicos e líricos[16]. Nesse aspecto que Eisenstein diferenciou-se de Griffith, pois o segundo criou a chamada narrativa cinematográfica clássica que se resume a ordenação de planos usada até hoje: plano geral, plano conjunto, plano estadunidense e plano fechado. Já Eisenstein por sua vez desenvolveu a montagem das atrações, na comparação do quadro cinematográfico ao ideograma em termos de signos com significantes e significados.

FILMOGRAFIA

Título em português - Data - Título original
O diário de Glumov - 1923 - Dnevnik Glumova
A greve - 1924 - Statchka
O encouraçado Potemkin - 1925 - Bronenocets Potiomkin
Outubro - 1927 - Oktiabr
A linha geral - 1928 - Gueneralnaia Linia
Que viva México (inacabado) - 1931 - Da Zdravstvuiet, Meksika!
O Prado de Bejin (inacabado) - 1935 - Bejin Lug
Alexandre Nevski - 1938 - Aleksandr Nevski
Ivã, o Terrível (em duas partes) - 1942-45 - Ivan Grozni

CONCLUSÃO

Face ao observado durante a pesquisa documental, conclui-se que o cineasta analisado possui fundamental importância na mudança da mentalidade do emprego do cinema.

Anteriormente os cineastas ficavam mais presos onde colocassem suas câmeras, mas a inovação de trilhos e movimentação, além da montagem dinâmica das cenas, transformou Eisenstein num dos pioneiros que revolucionou o que até então se entendia como cinema.

Com inegável legado deixado para posteridade, fica provada a importância do cineasta na história - não só do cinema - mas de tudo que sequer ouse utilizar uma câmera de vídeo e a montagem de cenas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros

ANDREW, J. Dudley. AS PRINCIPAIS TEORIAS DO CINEMA - Uma introdução. Editora Jorge Zahar. Rio de Janeiro: 1989.

BERNADET, Jean-Claude. O QUE É CINEMA. Coleção Primeiros Passos, 14ª reimpressão, editora Brasiliense. São Paulo: 1980.

LEONE, Eduardo & MOURÃO, Maria Dora. CINEMA E MONTAGEM. Série Princípios, 2ª edição, editora Ática. São Paulo: 1993.

XAVIER, Ismail. O CINEMA NO SÉCULO. Imago Editora Ltda. Rio de Janeiro: 1996.

Internet

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/ acesso em 14 de setembro

Referências

[1] Não disponível.
[2] Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema; acesso em 14 de setembro de 2006.
[3] LEONE & MOURÃO, 1993: 16.
[4] BERNARDET, 1980: 31.
[5] BERNARDET, 1980: 37.
[6] XAVIER, 1996: 47.
[7] Wikipédia,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema_russo; acesso em 14 de setembro de 2006.
[8] Idem (7).
[9] BERNARDET, 1980: 49.
[10] ANDREW, 1976: 53.
[11] Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Serguei_Eisenstein, acesso em 14 de setembro de 2006.
[12] ANDREW, 1976: 55.
[13] Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Construtivismo, acesso em 14 de setembro de 2006.
[14] Idem (13).
[15] ANDREW, 1976: 55.
[16] LEONE & MOURÃO, 1993: 11.

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