(Ten. Brig.-do-Ar Ivan Frota)
Artigo originalmente publicado pelo autor em 31 de março de 2006
AGORA SE SABE O QUE ELES QUERIAM!
(Ten.-Brig. Ivan Frota)*
31 de março de 1964 – Com o País próximo do caos, as famílias nas ruas, já desesperadas, em uníssono com a imprensa majoritária, pedem socorro às Forças Armadas, a única Instituição Nacional ainda sob controle, no Brasil. Também assediadas, porém, começavam a revelar os
primeiros sinais de desagregação dos seus pilares básicos da Disciplina e da Hierarquia.
Os poderes Legislativo e Judiciário tombavam inertes, impotentes ante a conivência do Executivo com a balbúrdia, este, chefiado por personalidade pusilânime e submissa, dominada por praticantes extremados de ideologias radicais.
Era preciso agir rapidamente, antes que fosse tarde demais. Assim,
mais uma vez, os cidadãos fardados se apresentaram em defesa da
Pátria ameaçada, com o objetivo único de restabelecer a ordem
institucional no País.
Desde os primeiros momentos, foi necessário o uso forte da autoridade
para que os objetivos fossem alcançados, no mais curto prazo
possível, entretanto, sem ruptura da base institucional republicana.
Foram vinte-e-um anos de trabalho árduo e construtivo, com
planejamento e competência, que nos levaram da 45a, à 8a. economia do
planeta, registrando, nesse período, a média anual de cerca de 7% de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional – marca jamais
atingida em qualquer outro governo na história do Brasil.
A sociedade vivia em paz, com segurança e farta oferta de empregos,
usufruindo de contínuo crescimento tecnológico e das disponibilidades
de energia, transporte e comunicações, juntamente a inúmeros outros
benefícios sociais e estruturais, que não cabem aqui ser enumerados.
Inconformada com a frustração de seus planos de dominação, uma
minoria sectária deu início, de forma subterrânea e covarde, a uma
seqüência de ações de violência urbana, nelas incluídos, entre
outros, os seqüestros e assaltos a bancos, além de assassinatos de
inocentes e de “justiçamentos” selvagens. Desempenharam, assim, o
papel de verdadeiros precursores das ações de terrorismo
indiscriminado e inconseqüente, que, hoje, têm seus seguidores nos
atores do crime organizado, que apavora a sociedade indefesa.
Depois, vieram os governos da Nova República e, com eles, um longo
período de recessão econômica (1985 a 2006) que continua até hoje.
Tais governos, gradativamente, foram sendo exercidos por políticos
oportunistas, que se tornaram simpatizantes dos ex-guerrilheiros, sem
conseguir recuperar o ritmo de crescimento anterior.
Finalmente, em 2003 deu-se a subida, ao poder, do partido liderado
pelos representantes legítimos dos “heróis da resistência”.
A expectativa era enorme: “Agora, sim, vamos romper com o FMI, dar um
calote na dívida externa, o País vai crescer, e o povo vai ter mais
emprego com melhores salários”.
Nada disso aconteceu, a não ser as indenizações milionárias com
dinheiro do povo, para alguns privilegiados, concedidas pelos, antes,
sóbrios companheiros “guerrilheiros” que, agora, se refestelaram no
Poder e, pasmem, assustaram a Nação com a prática do maior esquema de
corrupção institucional já visto, sem paralelo, inclusive, no campo
internacional.
Instalaram-se as CPMI, instauraram-se processos judiciais paralelos,
com o inesgotável crescimento de uma extensa relação de nomes
daqueles que praticaram essas ilegalidades. Alguns notórios líderes
partidários, verdadeiros ícones da “resistência”, agora surpreendidos
com a “mão na massa”, envergonharam o sistema político e a própria
Nação Brasileira, interna e externamente.
Diante dessa desenfreada distribuição do dinheiro público, tendo,
como beneficiários, os próprios membros do partido do governo que
"chafurdaram" no pote de ouro roubado à Nação, por meio dos
superfaturamentos de serviços prestados às empresas públicas,
pergunta-se:
Foi para isso que eles praticaram tantas atrocidades para a conquista
do Poder?
Será que era só isso que eles queriam?
(Ten.-Brig. Ivan Frota)
*Presidente do Clube de Aeronáutica
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