terça-feira, 19 de setembro de 2006

Conhecimentos: a gente só vomita o que come

(Historiador do cotidiano)

A frase ecoava no meu ouvido... "a gente só vomita o que come"... aquilo que o o professor com doutorado falou na faculdade não podia ficar à toa, não fazia sentido continuar sem ser digerida.

Antes de ser algo nojento de se imaginar, esqueça o sentido direto e pense no figurado: você só transmite o que recebe, o entrou dentro de ti. Levemos isso para a área do conhecimento humano, pense num físico. O indivíduo não poderá comentar a colisão de particulas se ele não tiver um profundo estudo sobre o caso, preferencialmente o uso de um laboratório avançado.

Então todos nós temos muita coisa para passarmos adiante. Todo o conhecimento do mundo é - ou foi - importante de alguma forma na construção da realidade que conhecemos atualmente. Temos que nos perguntar três coisas:

  1. O quanto do que nós sabemos é conseqüência do conhecimento produzido por outras pessoas?
  2. O quanto do nosso conhecimento foi desenvolvido por nós mesmos exclusivamente?
  3. E, o quanto (e como) esse conhecimento deve ser transmitido às demais pessoas?

Luís da Câmara CascudoO pesquisador Câmara Cascudo certa vez disse que "toda pessoa que morre é como uma biblioteca que se incendeia". Está na hora de contarmos ao mundo o que sabemos, o conhecimento que produzimos, além de adquirirmos e produzirmos novos conhecimentos.

Eu já comecei a fazer minha parte. E você?

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Nando.
Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-lo pelo blog, cujo conteúdo e layout estão muito bons. O que não é nenhuma surpresa para mim, como, acredito, para todos que conhecem você e o seu trabalho com as letras. No tocante ao texto, concordo com você e com o professor. Realmente só produzimos conhecimento a partir do conhecimento que adquirimos por meio de outros (professores, colegas, alunos, historiadores, cientistas, escritores, etc) que nos repassaram o que lhes fora transmitido. Portanto é bastante louvável espaços, como este que você criou, para que o intercâmbio de conhecimentos seja constante e para que não sejamos apenas como várias bibliotecas do nosso país, ociosas e obsoletas.
Um abraço e mais uma vez parabéns!

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