(Historiador do cotidiano)
Feliz Natal!?
Este é um artigo de desabafo, existem coisas que ficam presas no peito e nem sempre consigo falá-las ou me expressar sobre elas. O Natal tem me feito refletir um pouco, ou pouco mais que apenas um pouco. O Natal, mais que qualquer outra coisa, é a hora da renovação.
No Natal comemora-se o nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. A data exata? Há quem diga que foi 25/dez, tem outros que afirmam ter sido 06/jan. Na verdade eu não ligo para quando foi o dia exato, me importa mais saber que Ele veio. E Ele veio para nos salvar e nos redimir dos nossos pecados, porque o amor de Deus é absoluto. Mas será que cada um de nós compreende esse amor? Eu sei que os padres compreendem, e que provavelmente os que já são pais e mães compreendem. Mas, e pessoas como eu, que são apenas filhos (visto que não tenho filhos) e que andam afastados da Igreja?
Sou católico graças a Deus! Até crismado sou, mas faz alguns meses que não vou à missa. Tudo bem, fui domingo, mas antes disso fazia uns dois meses que não ia, e antes de ter retomado essas idas freqüentes, fazia anos que eu não assumia regularidade nas idas.
Uma coisa que tenho refletido, nesse período, é minha posição sobre a crítica à fé e aos conceitos alheios. Bem recentemente foi minha implicância com o namoro santo, mas já tive problema de toda natureza com protestantes. É uma situação complicada: somos irmãos em Cristo mas nem eles respeitam minha fé, nem eu engulo as hipocrisias deles. E falo com propriedade pois um dos meus melhores amigos é batista - tudo bem que os batistas são mais esclarecidos e não são paranóicos como o pessoal da assembléia ou da universal. Mas é impressionante, parece que sou um ímã para esse povo: já voei diversas vezes, nas mais diversas situações. Apenas uma única vez uma pessoa sentou-se no meu lugar (e ainda se recusou a sair): um protestante da assembléia - fato que descobri durante o vôo. Essa situação do vôo eu fiz uma confusão grande mas não vem ao caso. O que importa é que vivo tendo problemas com protestantes.
Mas eles - os protestantes - me ensinaram uma coisa importante: a fé supera tudo! Quando vamos à Igreja vemos aquelas pessoas que freqüentam todas as missas possíveis; quando conversamos vemos que existem pessoas bitoladas que só assistem Canção Nova ou só escutam músicas religiosas. Não que estes procedimentos estejam errados, mas na Bíblia (e eu não vou citar aqui livros, capítulos ou versículos) a Palavra é bem clara: fé sem atos, e atos sem fé de nada valem.
Essas demonstrações de fé que tenho visto e convivido, a hipocrisia protestante e a singeleza católica têm me feito questionar meus próprios princípios. No final das contas nós somos todos filhos e criaturas de Deus, por quê hei eu de questionar meu irmão? Só porque ele tem conceitos deturpados? Só porque os protestantes são idólatras e não percebem? Só porque as pessoas são alienadas? Só porque os pastores são doutrinadores ou fazem lavagem cerebral? Só porque os orkuteiros não aceitam que alguém os questionem? Aliás, no geral as pessoas não aceitam que nós as questionemos - quanto mais se questionamos a forma como elas vêem a fé!
Veja bem, querido leitor: quando eu questiono alguém sobre religião, eu questiono os conceitos e ideologias, eu nunca questiono a fé que cada um tem.
Enfim, todo esse contato, esse retorno à Igreja, e as conversas com pessoas de fé que conheço, tem me feito refletir sobre minha postura de crítica aos conceitos religiosos de outrém. Eu sei que não sou modelo de religiosidade para ninguém, mas também não creio que posso ser modelo de crítica. Eu confesso que senti falta de ir à Igreja; senti falta de sentir a presença de Deus em minha vida - eu sei que Ele sempre esteve comigo, mas eu que não consegui senti-Lo.
Estou aqui de consciência pesada... por motivos que eu podia ter controlado, findei não indo à Missa de Natal. E estou aqui me sentindo mal por não ter ido. E eu tenho vivido no dilema: rezar mais ou fazer mais? Criticar menos ou mais os protestantes hipócritas? Fazer as pessoas refletirem sobre os conceitos imprecisos que os guiam, ou deixá-las quebrarem a cara? Enfim... intervir ou não nos conceitos de religiosidade?
E nesse questionamento eu me auto-encaixo: será que não é hora d'eu mesmo rever meus conceitos?
Esse dilema tem consumido mais tempo meu do que eu gostaria. Espero poder encontrar - com ajuda de Deus - a resposta o mais breve possível.
Eu não sei o final dessa estrada, mas sei como devemos percorrê-la: com muita fé, orações e atos.
FELIZ NATAL!!! Que você também possa rever seus conceitos e crescer como ser-humano e como filho(a) de Deus!
E agora, para fechar a noite com chave de ouro, que tal desligar esse seu computador e ir orar?
Um comentário:
Só uma observação meu caro, quanto as datas supostas do nascimento de Jesus. Primeiro que, definitivamente, Jesus não nasceu em 25 de Dezembro e muito menos em 6 de Janeiro ou datas proximas. O Natal foi estabelecido no dia 25 como cristianização da festa pagã romana onde se celebrava a renovação do deus Sol (Apolo/Febo) denominada Brumálias, que, por obséquio, encerava as Saturnálias, o precursor romano do carnaval. A data mais aproximada para o nascimento do Salvador ficaria entre os meses de agosto à outubro se nos basearmos nos dados historicos da promulgação do senso na região (o que levou José e Maria a fazer a viajem até Belém) e outras observações astronômicas que trazem-nos também dados mais precisos. Grato e Feliz e próspero 2009 para você.
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